Acabe com a bagunça - Crianças - Parte I

Quem tem crianças em casa, sabe bem o real significado da palavra bagunça! E certamente sonha com um quarto como o da foto... doce ilusão que sobrevive apenas nas revistas de decoração.
Aqui em casa são 4, entre 13 e 4 anos... e quando estão todas reunidos viram a casa de pernas para o ar!!
Organizar o quarto dos filhos é, para mim, o maior dos desafios e requer paciência e dedicação em tempo integral.
O pior para mim é organizar o quarto da Bea, de 4 anos, repleto de bonecas, roupinhas, sapatinhos, panelinhas, tudo bem pequeno...

Mas, com um pouco de disposição, é sempre possível melhorar as coisas.
Vamos tentar?

Obs: todos as fotos de móveis e objetos são da imaginarium, loja portuguesa (infelizmente) que é um encanto!!

1.Brinquedos:

Como nos posts anteriores , o primeiro passo é livrar-se da tralha e quarto de criança é um depósito de inutilidades: brinquedos quebrados, sapatinhos de boneca desparcerados, brindes de lanchonetes, brindes de ovos de páscoa, canetinhas secas, papéis variados etc, etc, etc... a imaginação dos pequenos é ilimitada, assim como a capacidade de juntar porcarias!!!
Se o dono do quarto for maiorzinho já dá para convencê-lo a ajudar a separar os brinquedos que não lhe servem mais e encaminhá-los para doação. É um excelente momento para falar (e mostrar na prática) sobre solidariedade, consumismo e sustentabilidade.
Mostre a importância de doar os brinquedos que já não brinca ou que tem demais.

Hoje em dia, as crianças simplesmente ganham mais brinquedos do que são capazes de brincar!

Este consumismo exagerado (causado pelos pais) prejudica em todos os níveis. Primeiro, as crianças são educadas para o consumismo excerbado e sem justificativa (assunto por demais complexo para este post). Depois, as crianças não valorizam seus brinquedos e não aprendem que precisam cuidar de suas coisas. Etc... etc... etc...

Mas a intenção deste post não é falar de consumismo, ainda que este seja a raiz do problema. Sobre isso, falamos depois. Vamos voltar ao quarto dos pequenos...

As crianças precisam perceber que possuem muito mais brinquedos do que são capazes de usar, criando a verdadeira disposição para doar.
Criança devidamente doutrinada (se for muito pequena, mande para a casa da vó), comece separando tudo que vai para a doação, lembrando que lixo vai para o lixo e que doamos apenas aquilo que pode fazer outra criança feliz.
Lacre a caixa de doações (não esqueça que as instituições de caridade buscam em casa), impossibilitando qualquer manha de arrependimento.
Enquanto separa os brinquedos para doação, deixe um saco de lixo (de cem litros, pelo menos) ao seu lado, e vá jogando fora tudo que não tem qualquer serventia, canetinhas e massinha secas, papéis variados, pecinhas de brinquedo quebrados, caixas vazias, etc... etc... etc...
Os brinquedos quebrados devem ser avaliados, porque normalmente não valem o custo do conserto, a não ser que seja algo de grande valor (material ou sentimental). A exceção são os eletrônicos.
Terminada a faxina, observe atentamente o que sobrou e separe alguns itens para "esconder". Crianças gostam de novidades e esquecem rápido, portanto se você esconder algum item e mostrá-lo um mês mais tarde, vai ter o mesmo efeito de um brinquedo novo! Faça um rodízio.
Os brinquedos que sobraram devem ser separados por categorias de forma a serem facilmente encontrados e guardados pelas crianças.
Quando a criança é maior, ela mesmo pode fazer a classificação (facilita a memorização), minha filha mais velha tinha uma caixa para "brinquedos moles", seja lá o que isso significasse.
Uma excelente idéia é guardar em caixas plásticas com tampa, de vários tamanhos. A criança pode ver o conteúdo e memorizar onde deverá guardar tudo novamente.

Aqui em casa, no quarto da Bea, separamos da seguinte forma: barbie, polly, roupas de boneca, utensílios de cozinha, objetos de bebê (mamadeiras, fraldas, etc...), objetos de cabelereiro e maquiagem, fazendinha, peças de montar. Cada qual em uma caixa própria.

Os objetos pequenos (como sapatinhos de bonecas e as famigeradas roupinhas da polly), deixo em caixinhas menores que são guardadas dentro da caixa maior.

Se não for possível o uso de caixas transparentes, e os brinquedos forem guardados em gavetas ou armários, fica mais fácil para a criança se você etiquetar, se ela ainda não souber ler, tire uma foto do conteúdo e cole na gaveta (exemplo: cole a foto de uma barbie na gaveta em que guarda estas bonecas). Etiquete o máximo que puder, facilite a vida do pequeno!

Jogos e quebra-cabeças devem ser mantidos em suas próprias caixas.

Lápis de cor e canetinhas podem ser colocados em potes altos ou baldinhos coloridos, facilitando o uso, sempre ao lado de blocos e livros para pintura. Ou ainda em porta-trecos pendurados nas paredes. Tintas e pincéis devem ser guardados com o respectivo avental.

Livros devem ser guardados em uma "biblioteca" de fácil acesso, para estimular a leitura. Existem estantes lindas para isso, mas também pode-se simplesmente prender duas ou três pranchas de madeira pré-cortadas (a Le Roy Merlin faz este serviço) na altura dos olhos das crianças.

Bichos de pelúcia devem ser restringidos ao mínimo, porque juntam muito pó e podem desencadear arlergias, por isso devem ser lavados de tempos em tempos (as lavanderias fazem esse serviço).
Cestinhas plásticas (que são facilmente encontradas em supermercados e lojas de utilidades0 também são ótimas para guardar pequenos objetos, revistinhas, carrinhos, peças de montar, etc, etc, etc...

E um baú nunca é demais!!!

A preocupação em classificar, etiquetar ou facilitar a visualização não é apenas para que a criança encontre o brinquedo, mas, principalmente, para que ela possa guardar depois de usá-los. A criança só aprende a ser organizada se for estimulada para isso, todos os dias, e esta é uma habilidade que será muito útil no futuro.

Um último lembrete: Tenha em mente que a criança NÃO precisa de milhares de brinquedos para ser feliz. Pelo contrário, até uma certa idade, uma caixa velha rende uma tarde de brincadeiras. A criança necessita de estimulação para sua imaginação e para desenvolver suas habilidades emocionais, intelectuais e motoras, e isso não depende do número de brinquedos que ela possua.

No próximo post continuamos tratando desta árdua tarefa!!

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