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16 de janeiro de 2009

Ditadura da Felicidade

Gostaria de saber quem inventou a obrigação de sermos felizes!
Alguma psicóloga ou psiquiatra de plantão para me explicar?
Hoje parece ser grave defeito ou grande transgressão sentir qualquer traço de tristeza. Se estamos um pouco tristonhos ou cabisbaixos, logo alguém lhe indica um remédio maravilhoso que vai acabar com aquela “doença”!!!
Ora, mas tristeza não se confunde com depressão. A tristeza faz parte da vida e impulsiona nosso crescimento e aprendizado.
No mais, como sabermos o que é a felicidade se não conhecemos a tristeza?
Não suporto essa ditadura da felicidade a qualquer preço, inclusive a falsa felicidade comprada em farmácias.
Veja, eu não sou contra a medicação necessária para curar todas as doenças da alma. Pelo contrário, já sofri de depressão e fiz um tratamento rigoroso que me curou. Sei bem quais os benefícios da medicação e dos tratamentos psiquiátricos.
O que questiono é o senso comum que não aceita a tristeza mesmo quando ela é o único sentimento possível ao ser humano. Ora, como exigir outra reação quando algo vai mal com os filhos, ou no trabalho, ou no casamento? Ou quando nos deparamos com as violentas injustiças do mundo ou com uma grande perda?
Nestes momentos não precisamos de remédios, mas sim nos recolher naquele sentimento, compreende-lo e encontrar soluções para os problemas que enfrentamos.
A tristeza é importante também para que possamos compreender que existem problemas sem solução e que a frustração e a impotência também são sentimentos comuns com os quais devemos apreender a conviver.
Ficar triste é necessário para nossa sanidade e para que possamos reconhecer a felicidade.
Essa é uma lição que devemos, obrigatoriamente, ensinar aos nossos filhos para o bem deles e para que possam crescer felizes e com equilíbrio.
Para isso, basta respeitar os momentos de tristeza. Perguntar o que está acontecendo e explicar que aquele sentimento é natural e que precisamos conviver com as dificuldades da vida. Explicar que nem tudo tem solução ou pode ser modificado segundo nossos desejos.
Aprender a conviver com a frustração requer tempo, muito tempo, ensinar essa habilidade aos nossos filhos talvez seja a melhor contribuição que possamos fazer para sua educação.

8 comentários:

  1. Olá Luciane
    Que belo texto!!!
    Sensato e muito verdadeiro!!
    Bj
    Nilda

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  2. como concordo-hoje então ...
    eu considero-me uma pessoa feliz num momento de desanimo ou tristeza -ma sfaz parte do crecsimento humano

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  3. Luciane, que texto mais interessante! Você disse tudo, não há nada de errado em não estar feliz , enfim, com certeza devemos ensinar nosso filhos da melhor forma possível , saber como lidar com a tristeza, decepções também fazem parte da arte de viver. beijos e bom final de semana!

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  4. É isso aí!
    Assim como é chato uma pessoa que só reclama, também é chato - e soa falso - um pessoa que se diz eternamente feliz! Gosto de uma frase do Frejat, onde ele diz que "rir é bom, mas rir de tudo é desespero".
    Como tudo, o equilíbrio está no meio termo!

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  5. Meninas,
    Fico feliz (sem trocadilhos) que gostaram, porque isso é o que realmente penso a respeito e me deixa preocupada ver que as pessoas estão criando filhos que simplesmente não sabem o que é frustração!!!
    Me assuta de verdade... não é piada.

    Gostei da frase do Frejat, que a Beti citou: rir de tudo realmente só pode ser desespero.
    Beijos

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  6. Luciane... adorei reeber sua visita em meu blog...
    Dei uma lida no seu blog e me identifiquei muito em vários posts, inclusive o que dizia de laragar o emprego e ficar em casa...
    Olha eu o fiz, mas por falta de opção, fechei meu consultório temporariamente e fiquei em casa com os filhos, mas nenhum tipo de serviço doméstico é valorizado ... vai por mim, no começo é festa , novidade, depois vira uma rotina massacrante...
    A única vantagem é estar perto dos filhos e poder cuidar melhor deles... talvez este seja o meu unico e verdadeiro motivo.
    Espero no futuro que eles me recompensem sendo pessoas melhores...
    Vou linkar teu blog no meu Google reader pra acompanhar todos os posts... bjs
    Danny

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  7. AGORA SOBRE ESTE POST... realmetne ser feliz pra mim é viver momentos felizes... a tristeza faz parte da vida... lindo seu texto e suas reflexões...
    A medicação pesiquiátrica ajuda... mas não resolve tudo... mescla momentos de falsa felicidade , euforia e queda... com sorte alguns se curam... outros não... acho que o caminho da reflexão e do auto-conhecimento são necessa´rios para juntos: medicação e mentalização funcionarem...
    A felicidade e sentimentos são coisas muito subjetivas, não adianta ninguém querer te tirar de uma depressão se vc não quer sair dela...este esforço é necessário e muitas das vezes sobre-humano (será que perdeu o hifen disso gente??? :))
    é isso... adorei seu blog...parabéns!
    Danny

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  8. Oi Danny, sou fã do seu blog e agradeço sua visita!!!
    Quanto ao mais, ser mãe, profissional, dona de casa e ainda ter tempo para ir no salão é uma tarefa um tanto quanto angustiante, ou melhor (como diz a Tóia) é um milagre e tanto.
    Mas vamos levando
    Beijos

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Obrigada pela visita!