Pelo Sul de Santa Catarina

O Sul de Santa Catarina disputa com a Ilha do Mel a posição de lugar mais amado salve salve do meu coração. Mesmo assim, fiquei 15 anos sem ir até lá. Casei, fui morar no interior com marido que não gostava de praia. Descasei, passei férias em lugares tão diferentes quanto Ushuaia e Maranhão, passei boas temporadas na Ilha e em Floripa. Mas a vontade de voltar ao Sul de SC sempre foi enorme.
E este ano resolvemos levar as crianças para conhecer este canto tão especial do Brasil e descobrir a quantas andam aquelas praias que até meados da década de 90 eram praticamente selvagens.
A idéia era visitar todas as praias que foram especiais para nós há tantos anos atrás. O Leo como qualquer surfista, preferia a Guarda e Garopaba. Eu, com minha bichogrilisse crônica, queria o Farol.
Resolvemos ficar mais perto de Floripa e aproveitar a ilha também, então nos hospedamos na Praia do Sonho, que fica em Palhoça, a poucos quilometros da Ilha e 10km da Guarda.. O aluguel era muito barato (baratíssimo aliás) e considerando a facilidade de deslocamento foi uma boa pedida.

Mas a Praia do Sonho deixa muito a desejar. O mar é calmíssimo, o visual é lindo (fica em frente ao Ribeirão da Ilha, mas venta demais, a água é gelada demais e não tem nem sorveteiro! Aliás não tem nada, apenas um mercadinho... A única diversão possível é pescar e empinar pipas, aproveitando a ventania. Ventania de verdade, digna das praias do RS!!!

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Ao lado do Sonho tem a Ponta do Papagaio com suas fazendas de ostras, que são vendidas por inacreditáveis R$ 5,00. Comi tanta ostra que passei mal! A praia é bem bonita, mar verdinho, calmo, sem ondas, paisagem linda e uma pousada chiquérrima (com acesso pelo mar). Qual o problema? 

A praia é uma rua, isso mesmo, acreditem se quiser, É UMA RUA, com placa de sinalização e tudo!!!!!!!!! Os carros passam como se fosse a coisa mais natural do mundo... Para mim não serve. 

Ao fundo dá para ver a Pinheira, mas confesso, não fiquei por lá,  gente para todo lado e eu não gosto de muvuca. Mas é uma excelente pedida, a praia é muito bonita, mar calmo, limpo e tem excelente infraestrutura, bons restaurantes, farmácias grandes, banquinha de revista, boas lojas e supermercados, banco, etc... etc... etc... Jantamos em uma creperia (que não lembro o nome) deliciosa. 

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Ao lado da Pinheira, depois do morro vem a Guarda do Embaú. Você PRECISA conhecer a Guarda!!! De todas as praias que visitei foi a única que preservou o mesmo espírito de 15 anos atrás, cresceu, mas na medida certa, sabendo preservar seu patrimônio natural. Tem aquele charme pé na areia, descolado.

 Tenho que concordar com o Leo, aquele lugar é mágico!!!!!!!!!! Quero muito comprar uma casa por lá, já até escolhemos uma e começamos uma conversa com a proprietária... sonhar não custa nada. O fato é que eu moraria na Guarda, fácil, fácil...

A Guarda é uma das praias de Palhoça e fica a pouco mais de 40 km ao sul de Floripa ( sim a estrada é tenebrosa, está em obras e tem congestionamentos enlouquecedores, mas da Praia do Sonho existe uma estrada interna que evita a BR 101).  A praia é uma faixa de areia encravada entre o mar e o rio da Madre.

É na verdade uma vila de pescadores amada pelos surfistas, por conta das ondas perfeitas e enormes, consideradas das melhores do Brasil. O mar não é dos mais amigáveis para banhistas, mas o Rio da Madre oferece águas calmas que garantem diversão o dia todo.

A travessia do Rio é feita em canoas, custa R$ 2,00 por pessoa e dura menos de 3 minutos. Dá para atravessar a nado, a maior parte do trajeto é com água pela cintura, mas em alguns pontos não dá pé e é preciso nadar mesmo, então se você não tem uma prancha para apoiar bolsa com suas coisas, vá de barquinho que é melhor e mais seguro. 

O charme da Guarda está em conseguir preservar o espírito mochileiro, pé na areia, com uma  sofisticação mínima nos serviços, ainda que tenha poucos restaurantes come-se muito bem por lá e a preço justo. Existem pousadas para todos os bolsos e a grande atração é a Zululand, do Paulo Zulu. Lógico que existem problemas, mas lá foi o único lugar que visitei onde vi uma verdadeira preocupação dos locais em preservar a natureza e evitar o turismo em massa. Apenas na Guarda ouvi os comerciantes e moradores falando que o turismo de massa e a destruição das belezas naturais inviabilizaria o turismo.

São os moradores os responsáveis pela limpeza da praia, transporte nos barcos, segurança durante a noite na faixa de areia. Espero que estes moradores sejam ouvidos pela administração pública antes de autorizar a construção de uma marina em pleno rio da Madre, como querem fazer...

E a Guarda tem pessoas especiais,  com quem vale a pena conversar e ouvir  histórias de outros tempos. Nada como um dedo de prosa com o Cabral, figura folclórica, pescador dos mais antigos, patriarca de uma família adorável. 

Suas filhas (todas Marias) servem a melhor casquinha de siri que já comi em toda minha vida!!! Na Birosca Três Marias, que fica ao lado da entrada da trilha, em frente ao rio, onde os siris são pescados todos os dias para rechear aquelas maravilhas!!!! Aproveite e puxe conversa! Até para o aniversário do Cabral fomos convidados!

A grande diversão da Guarda para quem tem crianças é curtir o dia todo ao lado do rio. Quando a maré enche (por volta do meio dia) as águas escuras do rio (mas limpas) ficam verdes e transparentes com a água do mar que avança.

O lugar é tão lindo que é impossível descrever!

As possibilidades de diversão são infinitas! Caiaques, barcos, pranchas, mergulho... ou simplesmente lagartear ao sol. 

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Hoje trouxe apenas algumas fotinhas, que estava devendo, esta semana posto outras.