Tem coisa melhor do
que conviver com vô e vó? Vejo meus filhos tão próximos dos meus pais e dos
meus sogros e fico pensando quanta lembrança eles levarão pro resto da vida.
Não há nada que tenha mais sabor da infância do que casa da vó. Eu me considero
uma pessoa de sorte por ser a neta mais velha dos dois lados, o que foi uma
tremenda vantagem porque convivi muito com os meus avós. Fui criança quando
eles tinham pique para ficar comigo nos finais de semana, para me levar ao
cinema ou para me carregarem para um mês inteiro de férias no litoral de Santa Catarina. Mas,
claro, tem o lado triste. O de perdê-los em intervalos curtos, sem ter tido muito
tempo de cicatrizar a dor.
Quando perdi o meu
avô paterno, aos 85 anos, eu tinha 28 e já estava até casada. Foi absurdamente traumático
porque ele era muito lúcido e porque talvez eu achasse que essa história de ter
os quatro avós perto de mim e presentes em minha vida duraria para sempre. Fico
feliz ao vê-lo nas fotos do meu casamento, dançando valsa comigo nos meus 15
anos, me abraçando em todos os meus aniversários.
Quando estava
grávida do meu caçulinha, quatro anos depois, perdi a minha avó paterna. Ela
foi se despedindo aos poucos e quando partiu pouco lembrava aquela avó ativa,
brincalhona, que me ensinou a fazer pierogues e que era companheira para
dividir uma cerveja. Mas e a dor? O que a gente faz com ela? Tenho saudades até
do cheiro da minha vó Vódia, de segurar na sua mão macia e com as unhas sempre
pintadas, de ver como ela erguia as sobrancelhas para sorrir e da maneira que
me chamava para sentar à mesa: “Danhelle, venha!”
Um ano depois que
ela se foi, perdi meu avó materno,
aquele que me buscava na escola, fazia mingau de Maizena quando eu dormia na
sua casa, conversava comigo sobre meu trabalho, me dava conselhos, era lindo,
vaidoso e ficava irresistível em baixo da sua coleção de boinas. Ele chegou a
conhecer o meu caçulinha e se foi pouco depois do seu aniversário de um ano.
Hoje eu fico pensando como ele ia gostar de conviver com o André, o meu
moleque.
Ainda tenho a minha
avó materna, mas não como antes. Ela tem alzheimer e, apesar de ainda não ter se
esquecido de nós, já perdeu a memória recente e pouco tem falado. Mesmo assim é
tão bom ficar ao seu lado. Daria tudo para vê-la gritando, falando palavrões e
indo pra cozinha, no final do ano, fazer empadão de frango, sonho de goiabada e
bolo de muda. Tudo ao mesmo tempo. Mas isso não vai acontecer de novo.
E a vida nos prega essas.
Nos dá pessoas especiais, as quais aprendemos a amar e a respeitar, e depois as
leva do nosso convívio de uma hora para outra. Por que resolvi escrever sobre
isso? Porque ando com uma saudade danada dos meus velhinhos. Sabe aquela dor
que te acompanha? Ando sonhando com eles todas as noites. É um misto de
sentimentos. Não queria pensar tanto, mas também faço questão de manter essas
lembranças bem vivas. Mas como ouvi uma vez, saudade é amor que fica. Então não
há muito o que fazer, a não ser continuar amando.
***
Ai meninas, preciso
lavar a alma no Scrap. Vocês me acompanham? Então a minha sugestão é um cartão
bem fofo para a gente dizer a quem ama o que sente.
O que vamos precisar:
- 1 pedaço de papel liso no tamanho 15 cm x 20 cm
- 1
pedaço de algodão cru 14 cm x 10 cm
- 1
pedaço de papel decorado 13 cm x 9 cm
- 1
pedaço de papel 12 cm x 8 cm
- fio
encerado
- 1
bailarina
- 1
pedacinho de papel 7 cm x 3 cm
- carimbeira
marrom
- fita
dupla face
- fita
banana (dupla face com espuma)
Como fazer:
Dobre
o papel maior ao meio. Ficará um cartão de 15 cm x 10 cm
Rasgue
um pedaço do papel de 12cm x 8 cm. Aqui fiz um corte na diagonal e rasguei a
ponta.
Passe
a carimbeira em volta dos retalhos de papel e do tecido também. Dará um aspecto
envelhecido.
Use
fita dupla face para fixar o tecido no cartão. Fixe
todos os papéis com o uso da fita banana.
Use
o fio encerado para fechar o cartão e finalizar com um lacinho. Recorte o papel menor utilizando uma tesoura para cortes diferenciados. Passe a carimbeira e cole no cartão.
Que
você tenha uma semana cheia de momentos felizes ao lado de quem ama.
Dani, que texto lindo!!! Lindo demais,me deu uma saudade imensa dos meus avós e de todas as pessoas amadas que já perdi...
ResponderExcluirSinto muitas saudades de minha avô materna, de minha mãe e minha sogra que não estão mais conosco e essa época do ano e sempre difícil...senti uma dor no peito ao lembrar de coisas assim também...
ResponderExcluirAi Dani, chorei aqui...
ResponderExcluirPor um lado é ótimo ter convivido com os avós e por outro tem a dor de perdê-los, como você disse.
Vamos pensar em tudo de bom que nos deixaram...
Ai ai... Vc me fez pensar nos meus avós, ainda tenho 3, meu avo paterno eu não conheci, mas é muito bom mesmo.... A minha filha tem os 4 avos e ela curte demais....
ResponderExcluirEmocionante Dani! Impossivel não chorar, ainda mais com esse clima de outono que esta aqui Suiça. Adoro as suas idéias!!
ResponderExcluirOntem estava conversando com os meus filhos sobre isso. Eu tive uma avó que até hoje me guia nas minhas atitudes e decisões, uma pessoa que foi sábia em tudo.
ResponderExcluirObrigada pelo tutorial do cartão. Bj
Lindo o seu texto. Sou avó há seis meses e infelizmente moro muuuuuuuiiiittttooooo longe do meu netinho. Mas estava lá, de plantao, quando ele nasceu e já já estou indo de novo ficar mais um tempinho perto dele. Pra sorte dele, ele tem outra avó bem legal que mora bem do ladinho dele e pode estar com ele o tempo todo. Me perguntam constantemente se eu nao tenho ciúme dessa avó tao sortuda que pode curti-lo tanto, e eu aqui do outro lado do planeta. Eu só digo que nao e nao, nao tenho ciúme nenhum. O que fico é bem contente que pelo menos ele tem a ela, que é super carinhosa e tao coruja como eu. Eu bem sei o que foi a minha vó pra mim e pra minhas irmas e como a minha mae foi uma referencia de puro amor pra minha filha. bj
ResponderExcluirAhhh a saudade doí de mais !!! :(
ResponderExcluirEu graças a Deus nunca perdi um parente muito próximo de mim, só não tenho avô materno, mas nem conheci, então ..
Mas nem gosto de pensar nessas coisas.
No momento também sinto muitas saudades, mas de quem mora longe, morar longe dos pais ás vezes é difícil, mas nada se compara não é mesmo?
Deus nos criou com sentimentos eternos, por isso sofremos tanto com isso, mas para quem acredita na bíblia e em Deus ...." chegará um dia em que essas coisas já terão passado!".
Bem, é isso, espero que fique bem.
bjokas
Conforme você ia descrevendo eu ia vendo diante dos meus olhos essa realidade já passada; é um filme que volta em nossa mente! Linda demais a sua crônica, se é que posso chamar assim, me emocionou! Dizem que felicidade são os momentos que a gente curte, então você foi muito, mas muito mesmo FELIZ, e isso é o que realmente importa! Nada nem ninguem vai conseguir apagar esses momentos da sua mente, da sua vida, são páginas impressas em folhas de ouro! E sua felicidade continuará com sua atual família, afinal nossos filhos são sim nossos mais valiosos tesouros!
ResponderExcluirTenha um dia maravilhoso com muita paz!
Nely
Impossível eu não comentar....eu não tive avós assim, não foram maus, mas nunca foram assim para mim. Já as minhas filhas têm nos avós maternos tudo isso que tu falas e às vezes apanho-me a olhar para eles e a pensar que um dia elas vão ter de lidar com essa saudade, essa dor, e custa-me tanto. Eles são tão, mas tão ligados. E eu penso que vou sofrer também, mas e elas, as minhas pequeninas?!? ter avós assim na vida, pessoas especiais, é uma bênção tão grande, um tesouro inestimável....e eu só penso em como elas vão sofrer quando um dia perderem os seus colinhos bons, aqueles abraços ternurentos, aquelas mãos quentes, aquela avó que sabe resolver todos os problemas, aquele avô que faz as vontades todas, que ensina a rapar o açucar no fundo da caneca, aqueles avós que as acompanham o mais que podem e as fazem sentir tão protegidas e amadas. Ai....não queria nada que elas passarem por essa dor....
ResponderExcluirVi teu post agorinha, me deu um aperto no peito de saudades tbm, saudade é o amor que fica mesmo, pra sempre dentro de nós...lembranças gostosas, momentos felizes. Tenho também minha única vózinha ainda aqui comigo, tbm com Alzheimer, mas infelizmente sem saber mais nada, nem conhecer quase ninguém...triste e ao mesmo tempo feliz, assim tenho mais um "tempinho" com ela aqui, na beleza dos seus 90 anos!Beijos e fique com Deus! Laura.
ResponderExcluirMeninas, obrigada por tanto carinho e por dividirem as suas histórias. Isso nos faz pensar que briga de família é uma tremenda bobagem. Nora e sogra, irmãos, pai e filho. A vida passa rápido demais. E as pessoas também...
ResponderExcluirNossa que nó na garganta , convivi muito pouco com meus avós , esse nó é de saudades de minha sogra que foi uma vó maravilhosaaaa, ela se foi , mas não tem um dia que que eu não me lembro dela , Muito amorrr mesmooo!!! Bjs
ResponderExcluirChorei tanto c/ seu post.... (ainda estou chorando)........ também convivi c/ meus quatro avós, e hoje também só tenho uma avó... tenha tanta saudade da minha avó materna sempre q acontece alguma coisa e estou triste, penso nela e de como a amo, como me faz falta.... tenho tanta saudade dela.... ela já se foi a cerca de seis anos, mas tenho tanta saudade dela... até hoje não superei sua partida... tenho até medo de prejudica-la em seu cantinho no céu, de tão triste q fico por sua falta....
ResponderExcluirespero que Deus te conforte em suas lembranças... um beijo!!
Oi, Dani!
ResponderExcluirNossa, de coração, o seu desabafinho me tocou tanto que nem consegui dar trela para o tutorial do cartão ainda...
Não conheci meu avô paterno, e minha avó paterna partiu quando eu tinha 5 anos, mas até hoje eu sinto cheirinho dela, acredita? Alfazema...
Meus avós maternos moraram comigo a infância inteirinha! Era uma delícia, mesmo meu avô sendo bravo até não poder mais. Ele partiu há 4 anos, e lembro que mesmo quando estava super mal no hospital, todo dia que eu ia visitá-lo, ele chamava as enfermeiras e falava a mesma coisa: "Olha que linda minha neta, uma princesa! E é advogada!!"
Minha avó ainda está com a gente, mas também tem Alzheimmer e é bem avançado. Não tem mais um pinguinho de lucidez, mas tem carinho! Adora abraçar a gente, receber beijinhos...uma joia da minha vida. Eu fui criada por ela, porque minha mãe partiu quando eu era criancinha. Ela é a melhor avó do mundo (desculpem a falta de modéstia!rs), e se desdobrava para fazer cada pedacinho do meu dia mais feliz e colorido.
Os avós são mesmo pais com açúcar. Muuuuuito açúcar!
Realmente só deixa saudade quem plantou em nossos corações a sementinha valiosa do amor!
Beijinhos
boa noite, chorei, lavei minha alma, linda mensagem , bjs fique com Deus.
ResponderExcluirNatal está chegando, vim convidar você para participar da promoção lá no meu blog. Será sorteando um lindo brinquedo para toda a família.
ResponderExcluirUm abraço
Lita
Dani, sinceramente vc simplismente conseguiu expressar aqui meu sentimento pelos meus avós e a saudade que tenho deles... Obrigada pelas lindas palavras de amor verdadeiro... Abraços. Ju.
ResponderExcluirDani!! Linda história vinda de um olhar sensível para a vida... Agora da para a gente entender um pouco mais a criatividade que põe em cada peça, pedaço de pano ou papel... Laços de uma infância com cheiros e gostos que eternizam valores... Obrigada pela sua generosidade em nos mostrar mais de você!! Bjoooo
ResponderExcluirSó hoje parei pra vir aqui com calma e adorei esse post. Que lindo!! que emocionante!! Sabe que me lembrou uma vez que estava desesperada porque meu pai estava nos deixando, sofrendo muito num hospital.E a noite sonhei com minha vózinha tão querida, ela praticamente veio pra me acalmar, me confortar, como um anjo! e outras vezes também isso já aconteceu.
ResponderExcluirMe tornei avó tem quatro meses, e estou apaixonada , encantada com o meu netinho. Depois de tempos difíceis Deus colocou ele em nossas vidas pra adoçar. Me sinto renovada e praticamente sem tempo pra pensar em tristezas, então... quero passar muito amor pra que seja lembrada com esse carinho todo um dia!!!! beijinhos
Oi...
ResponderExcluirpor acaso entrei no seu blog e o seu texto sobre avós me prendeu.
Há quarenta dias perdi o meu pai e a minha mãe num acidente de carro, no qual estava o meu filho de 12 anos (que graças a DEUS, não sofreu nada).
Os meus pais eram os melhores pais que uma pessoa poderia ter tido, e, consequentemente, os melhores avós para uma criança... tanto, que os meus filhos viviam na casa deles... e eles os tratavam com muito amor e compreensão. Esse meu filho que estava com eles no dia do acidente, estava praticamente morando com eles. Era um amor tão grande e absurdo, que hoje eu além de sofrer a dor da perda dos meus pais, sinto a dor da perda que o meu filho tem sentido... mas como você disse: "saudade é amor que fica".
Só espero que um dia essa saudade deixe de me machucar tanto e passe a ser um sentimento gostoso de se sentir, um sentimento de amor. Porque, definitivamente, estou sangrando, me despedaçando de tanta dor, dia após dia.
Só encontro consolo em Deus, mas tenho que aprender a me apoiar mais no SENHOR.
Que lindo, Dani!!! Só podia vir de uma pessoa especial como você! Beijo
ResponderExcluirAi meninas, desculpem-me por ter despertado tantas saudades em vocês também. Eu chorei muito escrevendo este texto e, pelo jeito, contagiou. Mas o lado bom é que lavamos a alma juntas, né? Afinal, todas estamos no mesmo barco e já perdemos pessoas preciosas. Ana (Ousadia de ser quem sou), fiquei tocada com a sua história. Que Deus lhe dê força para superar o que está passando. Certamente as crianças se recuperam mais rapidamente e você vai acabar aprendendo muito com os seus filhos. Um abraço bem apertado.
ResponderExcluirEstava "passeando" pelos blogs e encontrei o seu e este texto lindo... como chorei... bateu também uma saudade imensa dos meus avós e vi que é assim mesmo que minha mãe, hoje avó, também cuida e dedica seu tempo aos meus sobrinhos.
ResponderExcluirAs suas palavras foram tão bem colocadas que se encaixam na vida de todos que tiveram seus avós por perto.
Lindo, lindo!!!
Um abraço e fique com Deus.
Ah, um beijinho em sua vó!!!!
Obrigada, querida! Fique bem e tenha uma ótima semana!
ExcluirGuriazinha... como me emocionei com a tua história... Morro de saudades da minha Vó Noemia... ela era minha melhor amiga,minha conselheira,minha vida... ela sempre dizia que não iria morrer antes de me ver casada... casei em 3 de janeiro de 2003 e perdi minha querida em março de 2004.Ela me amava,me cuidava,fazia de um tudo pra mim e por mim... entendo tua dor e tua saudade.Mas de onde eles estão vão estar sempre cuidando e olhando por nós.
ResponderExcluirBeijocas
Raquel-Guaíba/RS
raquelffazendoarte.blogspot.com
raquel-fraga@hotmail.com