Google+ minha casa, meu mundo: Canoa Qubrada: Eu vou ali e já volto...

16 de maio de 2009

Canoa Qubrada: Eu vou ali e já volto...

Ai, ai, ai, ninguém merece... aqui mais de 30o e em Curitiba geada braba... lá na zona rural então, nem se fala!
fazer o que? assim é a vida e nunca me canso de dizer que eu não apenas joguei pedra na cruz, mas eu sou aquele fdp que deu vinagre... sabe qual? pois é...
Só isso explica eu ter que voltar sob alguns centímetros de geada, quando tenho certeza absoluta que deveria ter nascido nesta terra linda, ensolarada e que cheira a cajá... ai, cajá! ninguém tem idéia da falta que esta frutinha linda vai fazer, e peloamordosmeusfilhinhos, não me venha com polpa congelada, porque tem tudo o mesmo gosto... manga-acerola-cajá-umbu-melancia-maçã-etc-e-tal, é tudo uma mesma fruta...
não se preocupem, sempre tenho síndrome-pré-volta-de-lugares-que-amei-onde-queria-morar-para-sempre-todo-sempre-amém...
***
Tudo lindo.
andamos de jangada com o Edinho e a filhota Inês. Em terra onde a prostituição e o turismo sexual são uma chaga, fiquei feliz em conhecer as meninas do Edinho e da D. Maria. Cassinha (20) trabalha em um dos melhores restaurantes daqui; Patrícia (18) é professora em uma escola Waldorf que atende as crianças da Vila no contra-turno; Raíssa (15) não trabalha e nunca reprovou um ano e já está no segundo grau, lá em Aracati, que aqui em Canoa só tem o primário; e a Inês (10), menina linda e inteligente que me fez companhia na canoa e me levou mergulhar, adora estudar, tá na quarta série e é fera na caligrafia e no crochet, além de jogar futebol, tudo confirmado pela irmã professora. Prova do que uma excelente estrutura familiar é capaz de produzir... O passeio que era para durar 1 hora, durou duas e só acabou porque tínhamos que comprar passagens e arrumar malas. Eita gente boa! Tantas dificuldades, tantas privações, mas o amor e o respeito pelo pai estava estampado nas meninas, que ainda o chamam de papai.
Me emocionei.
Ah, e o Edinho que não é bobo nem nada já construiu uma suíte bem ajeitada para receber hóspedes em sua casa. Pena que nos contou só hoje, senão já tinha me mudado para lá! Vocês não acreditam a vista que tem lá da Vila, é de tirar o fôlego.
Deus conserve a Vila e suas pessoas.
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Hoje conheci o Seu Tostão, pescador de lagosta de mais de 70 anos. Olhos cegos de catarata, mas que estava terminando de arrumar o barco, esperando acabar o defeso daqui duas semanas. Vota no Lula pro resto da vida e em quem ele mandar, porque agora recebe seguro desemprego na época do defeso, afinal são seis meses proibido de pescar, antes quase morria de fome.
Seu Tostão me convidou para voltar no inverno, para irmos para alto-mar e comer lagosta fresca com pirão... ai, ai, ai, se pudesse voltava este ano ainda! No fim nem comi lagosta porque todos os pescadores me disseram que as daqui, nesta época, estão tão congeladas quanto as de curitiba...
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Comi uma paella com gosto de outono... camarões e lulas com cor e sabor de outono... matei sozinha o prato que era para dois e fiquei ruminando de onde vinha aquele gosto terroso e aquela cor ferrugem. Enganada pela minha memória achei que era porcini... mas quando fui falar com o chef (sempre agradeço quem me faz feliz) ele me disse que era apenas muuuuita cebola refogada quase até queimar e a panela de ferro se encarrega da mágica. O restaurante é o Costa Brava, o cozinheiro um simpático espanhol que cozinha como poucos. O preço muito barato pela felicidade. O vinho branco decente e bem gelado.
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Só dei oi para D. Teté, mas eu volto e vou aprender labirinto.
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O Leo já decidiu que não vai mais voltar, vai largar tudo e ficar na rua vendendo fotos pros gringos. Já planejou tudo...
Aliás o maridão já tem vários amigos. Increditável, apenas 4 dias e ele já é parado na rua...
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Ah, ia esquecendo do seu Paulo, ele tem 78 anos e joga futebol o dia todo na praia, corre de um lado pro outro e sobe e desce as falésias... nas horas vagas dança uma capoeira... quero beber da mesma água! Tanto que o apelido é Saúde! Abençoado seja.
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O que mais me impressionou aqui? A água do mar morna, quase quente, como em nossas piscinas aquecidas... nunca tinha experimentado nada igual. Fiquei maravilhada, encantada, apaixonada.
Eu que não gosto de água ficava o dia todo na salmora morninha, até murchar...
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Amanhã já tô voltando, logo cedo porque moro longe, muito longe em uma terra fria e inóspita onde, já me contaram, está 1 grau  as pessoas (infelizmente) sabem o que é endredon, ceroulas e galochas... enquanto tomo banho frio por aqui, torço para o aquecimento não ter estourado com a geada, como aconteceu o ano passado.
Mas o que me dá raiva é que tô com um bronzeado de matar de inveja e ele vai ficar embaixo das ceroulas, ninguém merece!!!
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Fico por aqui, depois conto mais, se der escrevo da minha conexão em Brasília, que vai ser cooompriiidaaa.
Beijos
Lu

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