Google+ minha casa, meu mundo: Ufos, bordado e minha avó

25 de julho de 2009

Ufos, bordado e minha avó

Tá, então terminei 25487 quadradinhos de crochet, tudo bem são apenas 24 e fui, lépida e faceira costura-los como minha amada prima me ensinou... tenta, desmancha, tenta, desmancha... joga tudo no chão e tem um ataque histérico!!!!!!!!!!
Pois é, não consigo unir os bichinhos! Ficou uma &¨%$#(*&!!! Fiquei muuuuito irritada, larguei tudo e quem sabe em um dia mais inspirado eu consiga... tô duvidando!
E porque tô de varde tinha que arranjar algo pra fazer. Daí resolvi remexer na minha caixa (gigante) de Ufos, quem não tem um monte de trabalhos inacabados esperando um dia mais inspirador que atire a primeira pedra. Mas eu garanto que vai estar mentindo. Eu tenho uma caixa plástica repleta deles e para onde foi o meu crochet.
Resolvi terminar de bordar um panô de natal que tá rolando há 3 anos por aí... isso mesmo 3 ANOS!!! É um panô lindo, que já comprei estampado e estou rebordando... eita que trabalheira. Mas eu AMOOOO bordar, me acalma. Fogo na lareira, música, sentei e passei a tarde entre fios, miçangas e vidrilhos. Eu realmente gosto de bordar... Adoro material de bordado, tenho caixas e caixas destas pequenas delicadezas. Gosto destes bordados mais espalhafatosos, para Natal. Gosto de bordar o linho apenas com fio branco, gosto de fazer flores com ponto matiz. Me acalma, me aquece, me sinto uma senhorinha medieval em seu castelo (pela umidade que está por aqui, lembra Tintagel e a fada Morgana...).
Ainda não terminei o panô, mas tá bem adiantado e acho que este ano ele vai para a parede!

De todas as técnicas artesanais que já aprendi na vida, bordar é o que mais gosto de fazer. Ñão costumo postar meus trabalhos, porque bordar (eu acho) não é algo que se consiga ensinar em um tutorial, tem que ter muito treino e paciência, fazer milhares de vezes até ficar perfeito ( o meu não é perfeito até hoje!), mas vale a pena o resultado.
Eu aprendi a bordar muito pequena com minha avó paterna, a D. Rosa, uma polonesa prendada e caprichosa como poucas e de quem tenho muitas saudades. Ela morreu quando eu tinha apenas 17 anos e todos os dias fico pensando em tudo que ela poderia ter me ensinado e não teve tempo.
Ela me ensinou a gostar de ler, a cozinhar, a bordar, a receber, o valor de uma mesa bem posta, de estar sempre bem alinhada, com cabelos arrumados e maquiada (tá, esta parte me dá preguiça, mas ela tentou). Ela dormia com uma fronha de seda para não estragar o frisado do cabelo...
Ela foi criada por seu tio, que era monsenhor aqui em Curitiba, e sempre trabalhou, fazia enxovais e roupas íntimas, coisas que na época (1930) não se encontravam prontas por aí. Ela e a D. Mariquinha, sua amiga inseparável de toda a vida. E eram grandes empresárias as duas, suas peças eram finas e usadas por todas as moças bem nascidas daqui...
E eram bem divertidas também... saíam muito, minha vó tocava bandolim e participava de Saraus e quetais no Curitibano. No carnaval, elas tinham um bloco só de mulheres e cada noite faziam uma fantasia nova, ainda tenho uma foto destas guardada.
Ela casou muito tarde para os padrões da época, com mais de 30. Se apaixonou perdidamente por meu avô, um português viúvo e muito mais velho que ela, já com 3 filhos. Ela sempre me dizia para ser independente, aproveitar a vida e não casar cedo!! Era uma mulher a frente de seu tempo e que sabia das coisas...
Eu tenho tanta saudade dela que nem dá para contar.

14 comentários:

  1. Olá Lu,
    aqui deste lado do Atlantico. Espero que, hoje, com muitoooooo sol para levantar o astral!
    Que história linda!...
    Também sou um pouco assim... tenho uns tantos trabalhos de bordados por acabar. Acho que é apenas um dos males dos dias de hoje com tanta correria. Pode não dar para acreditar, mas tenho um tapete de Arraiolos (tipico do sul de POrtugal) por acabar vai para 12 anos!!!! Bati o teu recorde! Que vergonha!
    Adoro bordar... depois coloque fotos do trabalho de Natal! Por favor! Deve ser lindo!
    Tenha um bom dia
    Rosa (portugal)

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  2. Oi!!!

    Que historia a da sua avó! Devia ser muito bom escutar as historias dela... Guria também gosto de bordar, já fiz varias coisas aqui pra minha casa... e agora minha mae vai me mandar minha caixa de linhas que estavam no Brasil!!! Eu tenho quase todas as cores :O E mamae vai mandar to esperando ansiosa que chegue as coisas =D
    TE cuida!!! Que tenhas um bom fim de semana BEIjo MALu
    www.malukreando.blogspot.com

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  3. Não desista de seu crochê!Se voce não tiver o desejo da perseverança,da vontade de realmente fazer,é porque isto nunca teve verdadeira importancia para voce!CONTINUE! É nas dificuldades que a gente conhece nosso verdadeiro TRABALHO!Não empurre seu croche para daqui a 3 anos.....(será aonde vc estará!?) Bjos Cidinha Araujo

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  4. PAssa no meu blog preciso da sua ideia =D BEIJO MAlu

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  5. Olá!!
    Lu fiquei emocionada com sua história(não é a primeira!) esses valores que adquirimos com os nossos avós, coisa que não vemos tanto nos nossos dias, minha avó, também é muito prendada, aos 81 anos ainda faz sua próprias roupas,acho o máximo!eu não tenho o dom pra costura,bordado,crochê,mas acho lindo quem sabe fazê-los,gosto de cozinhar e isso já adquirir do meus pais.Boa sorte nos seus crochês e não desista!!bjus

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  6. Olá

    Adoro como vc escreve,venho aqui todos os dias.
    Já fiz alguns dos bordados que vc postou.
    Linda a sua história.
    Quero dizer todas!!!
    Um pouco de sol aqui de Portugal.
    Beijos
    Majori

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  7. Ai meu Deus do céu! Será que também terei problemas p/ unir meus quadradinhos???
    Ontem a noite enfileirei todos os que fiz sobre a cama e constatei duas coisas: 3 deles saíram com os pontos mais soltos (largos) - provavelmente os que fiz depois de ler seu post sobre os babados (os meus também estavam meio ondulados). É claro que não poderei uní-los aos outros pq as pontas não casam. Também percebi que não tenho sequer uma fileira da minha manta... pelo ritmo que vou, devo terminá-la no inverno de 2010.
    Adorei a história da sua avó...

    bjs

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  8. Que legal. Amo bordados mas quase não consigo fazer. O pouco que faço, faço de teimosa pois minhas mão formigam rapidamente ao segurar agulhas finas. Probleminha no túnel do carpo (acho que é assim que se escreve). Mostra pra gente quando ficar pronto. bjs

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  9. OI LU
    ME ESTRESSEI NA COZINHA HJ, NADA DAVA CERTO E TUDO QUE EU VIA ERA A PILHA DA LOUÇA SUJA AUMENTANDO, PRA ACALMAR VIM LER MEUS BLOGS.
    ACHO QUE SOU UM POUCO ASSIM TAMBÉM, DEIXO MUITA COISA POR ACABAR, UM DIA FICA PRONTO, KKKKK
    COMECEI A FAZER UM CACHECOL ANO PASSADO E SÓ FICOU PRONTO ESSA SEMANA, É ASSIM MESMO NÉ


    BOM RESTINHO DE FÉRIAS, E TUDO DE MELHOR PRA VCS ESSA SEMANA!!

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  10. Suas histórias são muito lindas mesmo.
    Emocionam, ensinam e fazem refletir.

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  11. olá, eu devorei os 4 livros As Brumas de Avalon, li tudo que encontrei da Marion, mas o melhor realmente foi as Brumas, qd vc falou em Tintagel senti saudades como se fosse um tempo ao qual pertenci, frio ,lareira, bordados, td isso parece um encantamento! bjus...

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  12. Olá Lu,

    A história da sua Avó emocionou-me. Já perdi as 2 e tenho muitas saudades delas. Todos os dias me lembro do que me ensinaram ou também tenho essa sensação daquilo que ainda me poderiam ter ensinado. Queria tanto que tivessem conhecido bisnetos...

    Beijos grandes e continuação de boas férias

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  13. Lu, adorei conhecer um pouquinho da sua avó, que pessoinha linda!
    Não desista da sua almofada de crochê.
    Eu adoro bordar, caixinhas com materiais, coisinhas, botõezinhos, paninhos, etc....
    Fotografe todas suas caixinhas de delicadezas, juntamente com seus bordados ( que devem ser lindos) e nos mostre!
    Beijinhos,
    Kátia

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  14. Ah...fala.sério.com....que vó é a melhor coisa do mundo....lendo sobre a sua, lembrei-me da minha, tb, sempre com conselhos interessantes, mas que só hoje a gente entende, né?
    Bjks quentinhas para vc.
    Bete

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Obrigada pela visita!

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