Google+ minha casa, meu mundo: Grosserias

22 de novembro de 2009

Grosserias

Ontem fiquei chocada com a grosseria de uma funcionária da Fnac.
Eu estava entrando na loja com um livro nas mãos e ela me abordou de modo estúpido, dizendo para eu guardar o livro, senão iria "me complicar"... Como assim me complicar? Ela estava afirmando que eu iria furtar livros? Que eu tinha má intenção ao entrar na loja com um livro meu? Ora, pessoas que gostam de ler andam com livros onde vão, porque qualquer pausa para o café é momento de leitura! E são pessoas que gostam de ler que frequentam livrarias. Então, no mínimo o que eu esperaria era uma abordagem educada dos funcionários desta empresa. Fiquei profundamente constrangida, porque fui parada na porta da loja LOTADA e a funcionária falou suficientemente alto para todos ouvirem.
No mais, não há qualquer aviso de que seja proibido entrar com livros, como, aliás, já fiz inúmeras outras vezes nesta e em tantas outras livrarias e nunca "me compliquei", porque um livro já lido tem suas marcas. E me parece que equivale a obrigar que se entre descalça em uma loja de sapatos.
Fiz uma reclamação por escrito (que sei não vai dar em nada), fui embora e nunca mais boto meus pézinhos lá. Pena, porque sou cliente Fnac há muitos e muitos anos, mesmo antes desta empresa aportar em terras tupiniquins.

Nunca em toda minha vida de rata de livrarias passei por tamanho constrangimento estúpido!
Então meninas, cuidado, ao entrar na Fnac deixem na porta livros, revistas, cds, dvds, comutadores, máquinas fotográficas, celulares e tudo o mais que eles vendem, caso contrário podemos nos complicar...
Era só o que me faltava!
***

Aliás o dia de ontem foi uma provação do começo ao fim.  Trânsito horroroso, as ruas, lojas e tudo o mais infestado de gente, como moscas!
Eu morei muitos anos no interior, em pequenas cidades (a maior tinha 70.000 habitantes) e voltei para Curitiba há menos de 3 anos. O fato é que desaprendi a viver neste formigueiro humano. Odeio, odeio, odeio com todas as minhas forças. Odeio trânsito, odeio filas, odeio aglomeração, odeio shoppings lotados. Mas o pior de uma grande cidade é a absoluta má educação de seus habitantes! Me deixa chocada, exasperada, emputecida para dizer o menos. Nem a violência me incomoda tanto.
As pessoas são grosseiras, mal humoradas, fulam filas, não te dão vez no trânsito, te olham torto, te respondem mal. Somos mal atendidos em qualquer lugar em que se vá, da loja mais cara ao restaurante mais popular. As pessoas se empurram, se acotovelam, faltam apenas pular na jugular do vizinho.
Eu olho tudo isso e fico assustada ao ver o resultado do que chamamos "civilização".
Daí volto correndo para meu bunker da roça e fico escondida, quietinha, pensando neste modo de vida insano que a pós-modernidade nos legou. A urbanização galopante criou aglomerados que simplesmente não comportam o número crescente de habitantes, ao menos com dignidade.
Se eu pudesse, voltaria hoje mesmo a minha querida Palmeira, minúscula, mas generosa, gentil e educada.
Gosto de andar a pé (odeio dirigir), gosto de comida de qualidade e fresca (jamais estes tomates com gosto de água), gosto de fazer compras pelo telefone (oi, me manda um quilo de batatas?) com a certeza da qualidade do que receberei, gosto de ter poucas lojas (fica mais fácil escolher), gosto de conhecer todos na rua, gosto de saber o nome das pessoas... gosto de simplicidade e generosidade... de calor humano, de nunca estar sozinha, de saber que posso contar com meus vizinhos em caso de necessidade ou para uma festa de última hora.
Para mim, o melhor exemplo do que estou falando eram os almoços de domingo em Medianeira, onde morei por 4 anos. No clube tinha uma churrasqueira comunitária e aos poucos íamos chegando com nossa comida e colocando sobre a mesa. Eu, que na época não tinha marido para ajudar no churrasco, comprava um frango ou costela já assados, fazia uma salada e algum acompanhamento. Aos poucos a mesa estava repleta de pratos simples, generosos, deliciosos, que eram partilhados por todos. Todos cuidavam dos filhos de todos. Lá, as crianças brincavam na rua até tarde da noite e iam a todos os lugares de bicicleta. A Tóia era amiga da vizinha e as 7 da manhã elas pulavam de uma varanda para a outra (eram dois sobrados) e brincavam até cansar... tempos bons aqueles.
Sinto muita falta da minha vida no interior. Hoje não tenho a mínima condição de voltar, minha vida é em Curitiba (trabalho, escola das crianças, marido), mas um dia vou largar tudo e viver escondida aqui na roça, ah se vou...
***
Beijos

16 comentários:

  1. Olá, Luciane!

    Acompanho seu blog já faz um tempinho e cada vez que venho aqui me encanto com seus textos deliciosamente bem escritos.

    Como assim não poder entrar com livros numa livraria? É o que nos faltava não é mesmo?

    A falta de treinamento da meninada que anda por aí, principalmente no final do ano, é realmente assustadora.

    Uma vez vi num hotel bacana a mocinha que organizava a mesa para o almoço limpar os pratos com a manga do uniforme acredita?

    Acho que esse tipo de coisa acontece porque a maioria tolera, pensa que não tem problema nenhum ser mal atendido ou não receber o que contratou.

    Quanto ao mau humor das grandes cidades eu evito de todas as maneiras as grandes aglomerações, principalmente nesta época. Dias atrás fui sugada (por uma multidão insana que tentava fazer as compras obrigátorias (?) para o final de ano) para dentro de uma loja de departamentos aqui em São Paulo. Foi a experiência mais assustadora que já vivi.

    Não consigo entender como as pessoas se submetem a esse tipo de situação.

    Vamos para o interior... qualidade de vida não tem preço, principalmente quando se tem filhos pequenos... A grande questão é que eles crescem e por enquanto as melhores oportunidades ainda estão aqui, no meio do formigueiro dos grandes centros...

    Bjsss e boa semaninha. Cuidado por onde anda com seus livros a tiracolo, hein! rs rs

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  2. Oi querida!
    Eu também sinto uma tristeza muito grande, com tanta falta de educação, de amor ao próximo, as pessoas estão individualistas e esquecem que não podemos viver sozinhos, que não somos uma ilha.
    Mas ainda existem pessoas que prezam o contato humano, o estar junto, o olhar nos olhos e são com essas que devemos criar laços, pois quem sabe não contaminaremos as outras?!
    Bjocas no coração

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  3. ...como diria Didi Mocó ; Cuma ???!!! já passei por este tipo de siuação quando tentava estacionar o carro em frente a um barzinho da moda e o segurança fortão disse que alí não podíamos estacionar pque a vaga era do bar ... Cuma???!!!realmente a falta de preparo desse pessoal é o fim !o duro é saber que o despreparo vai da funcionária que te abordou ao segurança armado que cuida do barzinho e por aí vai.
    bjos e boa semana !
    Fernanda

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  4. Menina... eu moro em uma cidadezinha que você iria adorar, então!
    Apenas 11.000 habitantes.
    Uma cidade em que as pessoas não me conhecem como "Luciana Caliman", mas como a Luciana - filha da Maria e do Luciano. Sabe?
    Uma delícia!
    ...
    Nem vou comentar o fato na livraria...
    Desagradável - pra dizer o mínimo!
    ...
    Beijos!

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  5. Que mundo é este?? Pra isto que vivemos ? Nossa liberdade é cortada de forma brusca e mal educada por pessoas que muitas vezes ( na maioria das vezes ) não pensam no outro como ser humano . Onde esta a cordialidade ? Boa educação ? Simpátia ? Eu moro em uma cidade pequena , mas encontro certas situações que me fazem pensar que evolução é esta ???? Tenho vontade de voltar a trabalhar fora , mas sou aos 48 anos considerada velha , descartada do mercado , ou seja experiencia de vida , boa vontade , cordialidade etc não valem nada nos dias de hoje ??? Realmente dá vontade de viver em um mundo isolado de certas modernidades !
    Passa longe Fnac ,pois não vale a pena ter clientes que gastem lá ! Abraços

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  6. É por essas que troquei a capital pelo interiorrr e daqui, só pra roça !

    Beijo.

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  7. é amiga achu que o tempo passa, o tempo voa, como dizia a letra jingle do Banrisul..
    pq qdo a gente tem isso tudo não dá valor, qdo perde sente falta como tudo na vida...
    eu tem dias que fico tb muito revoltada, achei que era só aqui em Cuiaba, as pessoas, adultos, jovens, estão cada vez + mal educados e egoistas..
    juro que tem dias que tenhu contar até mil p/ naum mandar alguem p/ aquele lugar!
    mas achu que naum só o problema cidade grande não..achu sinceramente que é esta geração nova, é o stress, é a cobrança, é a neura de ficar só na net, sem conversar + com pais, sem jantar e almoçar todo mundo junto, de ouvir o que o pai e a mãe tem a dizer..
    fora isso vc tem razÕ, que na cidade pequena, tem todas aquelas vantagens , inclusive apanhar bergamota e laranja do pé, e encher uma bacia e comer oa sol em pleno inverno..a gente não gelava fruta que nem hje em dia, comia do pé mesmo...

    bju

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  8. Puxa que grosseria mesmo, não sou muito de frequentar a fnac, fui poucas vezes. Depois dessa com certeza não irei mais, se for pra ser desrespeitada é melhor procurar outra loja.
    Achei ótimo que você fez uma carta de reclamação, está certíssima.
    Tem gente que não sabe mesmo abordar um cliente, e depois que perdem o emprego ficam reclamando que não tem nada na vida. Ô povinho.
    Falta de respeito me irrita profundamente.
    Sinceramente não sei como é que entrar numa livraria com um livro SEU na mão pode complicar...ts ts ts
    Bjks....ANinha

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  9. Oi, sou de Sampa e moro em Londres ha quase 7 anos, e sinceramente nao aguento mais cidade grande e pessoas mal educadas! Assim como vc gosto da tranquilidade, do conhecimento e amizade de cidades pequenas, e por isso jurei a toda minha famiia q jamais voltarei a morar em Sao Paulo, o cidade maluca! Td de bom pra vc e sua familia, e nao esquente, um dia alguem vai falar algo assim com a fulana da livraria tbm, dai ela vai se sentir como vc se sentiu. Beijinhos, Juli + Memi

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  10. Oi Luciane,

    Adoro a sua casa e estou sempre a visitá-la. Tem muitos post interessantes que que me identifico muito. Inclusive a falta de tempo de sentar pra costurar...
    Sobre a Fnac, sem comentários. Mas vou lhe dizer: sou paulistana e vivi em Sampa a minha vida toda. É uma mega cidade e louca de se viver. Por isso, vim morar em Rio das Ostras há 5 anos atrás. Já naquela época, apesar da cidade ter uns 50.000 habitantes (hoje já com 80.000), ô gentinha de mau-humor, despreparada e com aquela cara feia de quem está com fome....
    Então atendimento ruim não acontece somente nas grandes cidades. Mas como tudo na vida é causa e efeito, ela vai ter o troco (apesar de isso não reparar o teu constrangimento).
    Um abraço e parabéns pelos seus posts.

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  11. Amiga!!!
    Moro em Brasília há um ano e infelizmente aqui a falta de educação impera! Escolas, Comércio, Hospitais, Trânsito, Transporte Público, Vizinhos, Mercado, etc, etc, etc. As pessoas daqui acham que estão te fazendo um favor ao te atenderem ou mesmo nem olham pra você. Já fui muuuito mau tratada aqui. Morei em São Paulo, capital, por um ano antes de vir cá. Quando fui prá lá estava com medo, achava que as pessoas de lá eram ariscas por morarem em uma cidade grande. Me surpreendi muito. ô povo educado. Atende bem, mesmo que você não vai comprar ou algo do tipo. Se você estiver perdido e pedir informação só falta eles te pegarem pelas mãos e te levarem. Mesmo os policiais com quem conversei foram educados e prestativos. Já fiz bons amigos aqui em Brasília, mas infelizmente a grosseria reina no Distrito Federal.

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  12. Oi! Venho sempre aqui, masnunca comentei. Concordo com absolutamente tudo o que você escreveu neste post! Não troco o interior de MG por nada!
    Grande abraço
    (adoro seu blog!)

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  13. Oi Luciana,
    Penso igual a você... um dia ainda moro na roça!!!
    Qto a grosseria, não deixe que uma pessoa infeliz como essa funcionária despreparada da FNAC, influencie suas decisões, sei que a empresa é responsável pelos funcionários que coloca lá e não os treina, mas se é um lugar que você gosta,.... e também deve ter muitos outros funcionários agradáveis!!
    beijos..

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  14. Oi Lu,

    Eu nasci e fui criada em uma cidade pequena, e sempre odiei a falta de privacidade que havia lá,
    a fofoca é o grande motor da cidade, listas das mais mal vestidas, listas dos mais chatos, e outras tantas, isso com gente adulta!! Quando, aos 18 anos saí para fazer faculdade me sentí tão livre, que você não consegue imaginar, e olha que eu sou toda certinha, não desbundei não.
    Apesar de nunca ter morado em cidades tão grandes quanto Curitiba e São Paulo, para poder comparar, me sinto melhor em cidades mais ou menos, como aqui, Ribeirão Preto, que não é ´tão grande que te engula e nem tão pequena que te sufoque.

    Beijos

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  15. minha linda ...eu que tb sou viciada em livros e ando sempre mas sempre com um dentro da bolsa-acho ridiculo no minimo essa situação que você contou ...
    Eu tb odeio aglomerados...até ir ao hipermercado e ver muita gente me faz comichão-é a falta de tacto e de educação das pessoas o que mais em aflige
    um beijão para ti

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  16. COm a estupidez já ando acostumada..sou mais uma que quero me afastar de esta muvuca que ta virando Curitiba...

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Obrigada pela visita!

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