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Sobre a vida
Eu não me preocupo em ficar velha, caída, despencada e de cabelos brancos. Aliás nem tenho medo de morrer. Tenho medo, muito medo, é de ver a vida passar como em um filme do qual sou apenas telespectadora. É assim que me sinto metida nesta vida insana, regada a engarrafamentos, filas, gente mau educada, mal gosto, muitos compromissos e pouco tempo.
Não consigo entender em que momento a humanidade se enfiou nesta roubada pós-moderna, ou melhor até sei, mas tô com preguiça. O que me intriga é entender o motivo que justifica se enfiar até o pescoço nesta sandice que transformou nossa vida em um verdadeiro inferno.
Pior é ver que as pessoas nem mesmo sabem porque correm tanto e muito menos para onde vão. Apenas correm, correm, correm e chegam ao fim do dia esgotadas, caem na cama para no dia seguinte começar tudo de novo. Tudinho igual.
Me explica? Porque, juro, eu não entendo e, para mim, não faz o mínimo sentido... aliás, a cada dia tenho mais certeza de que não faço parte deste mundo cão e deveria ter nascido na Idade Média, quando nem relógio tinha e nossa vida era guiada pela alvorada e entardecer, além das orações, é claro. Eu quero viver este tempo lento, vagaroso, preguiçoso. Não me digam que a Idade Média era a idade das trevas porque é um tremendo engano (papo da historiadora que ainda sou no fundo do meu coração).
O caso é que não aguento mais ver o mundo correr de um lado para o outro. Todos com cara de maníaco, atropelando e chutando quem tem a ousadia de caminhar calmamente e parar para olhar o pôr do sol.
Tempo é um conceito por demais relativo para ser fatiado em horas. O que é perda de tempo para alguns é deleite para outros. Uma hora pode ser longa ou curta, variando conforme o prazer que sentimos em determinada atividade. O dia não precisaria ter 25 horas se não dedicassemos as outras 24 a atividades rigorosamente irrelevantes.
Acho importante pensar no que fazemos com o tempo que temos. Parar alguns minutos para descobrir para onde estamos correndo e o que nos move.
Eu gosto de parar e observar as pessoas, na rua, no trânsito, no trabalho. E as pessoas não sorriem mais. São todas tão compenetradas na importância de suas vidas, na relevância de suas atividades, na vaidade de seu status social, na seriedade de suas responsabilidades. Mas, e sorrir? Perda de tempo.
Mas então me diga: o que é importante?
Beijos
Lu
Oi querida!
ResponderExcluirPara mim o importante é viver bem e com aquilo que necessitamos. Chega de juntar tralhas físicas e emocionais - que pesam um tonelada! Viver com simplicidade é ser muito chic para mim. Estou tentando...mas não é fácil tentar ir na contra-mão desse mundo cheio de pessoas correndo sem saber para onde. Eu gosto muito so Seneca, e ele tem uma frase que uso em minha vida. A frase diz que se não soubermos para aonde caminhamos, nenhum vento nos será favorável. Eu acho bárbara esta frase e é uma grande verdade - pelo menos pra mim.
òtima semana e com calma! Beijinhos, Sandra.
Pois é, Lú. Ultimamente, depois de ter perdido um parente muito querido e ter visto a vida de todos (inclusive a minha) ter virado de pernas p/ ar, percebi que a calma e a paz estão diretamente ligadas à minha percepção de tempo. Meus finais de semana voltaram a ser em Limeira (uma cidade do interior de SP onde tenho uma chácara que foi meu lar por 6 anos). Lá o tempo parece ir mais devagar, a energia do lugar é de pura paz e calmaria... acabo acordando mais cedo, produzindo mais e sempre com a sensação de que o dia está mais longo.
ResponderExcluirAqui em SP (onde moro hoje), mesmo dentro de casa onde sempre reinou o sossego, o tempo parece ir mais rápido e fico com a sensação de que faltou descansar um pouco mais...
Acabei escrevendo um monte, desculpe. Divaguei demais, mas o seu post me fez pensar.
bjs e boa semana
Oi Lú concordo com vc e sinto isso também!!! E a educação do povo onde foi parar ?????? Estamos vivendo no caos e no fins dos tempos só pode!!! Quem dera voltarmos no tempo... bjks
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirPermita-me dizer-te:
O tempo, nós o fazemos conforme nossas buscas!
Continue observando e verás que ainda existem pessoas com tempo para sorrir, para sonhar e para viver de forma feliz!
Um grande beijo!!
Olá Luciana, estou visitando seu blog pela primeira vez, e de cara adorei!!!
ResponderExcluirÉ isto mesmo estamos todos meio que perdidos, dentro deste mundo insano... Ainda bem que existem pessoas como você.
Bjs e parabéns!
Faça uma visita no meu blog
maisequilibrio.blogspot.com
Eliana
Me esqueci de perguntar, como coloco um fundo como este na lateral do blog??
ResponderExcluirBjs
Lu,estive em novembro em Bichinho(MG)no meio das montanhas de Minas,depois de uma estrada deslumbrante...Lá chegando há umas casinhas deliciosas com fogão a lenha,árvores e uma paz e uma falta de pressa,me senti em outro mundo.Luxo puro!!!!
ResponderExcluirVoltei para a cidade das novelas,Leblon,praia,Cristo,Pão de Açúcar,pressa,Av.Brasil,Linha Amarela-Vermelha,sempre engarrafadas.Não há beleza no di-a-dia das grandes cidades e os cidadãos andam feios,apressados,rabugentos e cheios de "direitos"...Entendo o que diz.Por isso,outro dia mesmo fiquei observando da janela da minha sala um gato na rua,sentado,espreitando dois (pobres)pombos.Me sinto uma alienigena observando esses momentos...Mas são eles que me acalmam e tenho um certo privilégio em morar em uma rua ondem não há trânsito,então vejo papagaios em árvores,ninhos da minha janela,pequenos prazeres que congelam o tempo e reanimam a alma.Baudelaire era sábio,o tempo é uma invenção da modernidade.
Beijos,
neste momento o que para mim é realmente importante é ter paz de espirito e viver os meus filhos ao máximo e com calma e serenidade que em muitos anos estoua ganhar novamente -é chegar em casa num fim de tarde de bom tempo e ir com eles para o quintal-andar na terra e corerr atrás das galinhas e sorrir muito porque me sinto feliz.
ResponderExcluirPara mim isto é uma enorme riqueza que dinheiro nenhum compra.
Lu,
ResponderExcluirconcordo com vc.
Outro dia cheguei a escrever no meu blog, assim
"A única coisa que, me dá medo, é de me deixar viver a margem da minha própria vida...isso não...", porque com a correria em que o mundo vive acabamos deixando alguns sonhos pelo caminho.
Ontem tive a confirmação de que não vale a pena correr tanto...meu pai sempre foi ativo demais, tanto que tinha o apelido no serviço de Ligeirinho. Hoje em dia, ele está com princípio de Halzeimer, vive quietinho , magro e tão envelhecido, que dá dó.
De que adiantou tanta correria????
Desculpe escrever tanto..
Beijo:)
Oi Lu... também acho que as pessoas não se enxergam mais, às vezes qdo estou caminhando por aí e me deparo com um olhar de simpatia, aquele sorriso vindo, sabe? até acho estranho...pq essas delicadezas já não fazem parte da rotina das pessoas. E quer saber? Sofro muito com isso, pq é da minha natureza olhar no olho, ser delicada, gentil...e é muito raro encontrar pessoas com esse perfil. A correria do dia a dia se tornou desculpa para a falta de amor, de educação, de simpatia e cordialidade, enfim, tudo isso que torna nossa vidinha mais leve!
ResponderExcluirMil beijos e boa semana!
Adorei seu texto, Lú. Sei muito bem o que é ficar exaurida dessa vida louca e sem sentido. Entrei numa depressão que me fez parar e repensar o que era importante para mim. Pedi demissão do emprego que detestava, comprei uma casinha com um quintal e hoje só faço aquilo que me edifica. Não preciso mais de psicólogos nem de antidepressivos ou ansiolíticos. Minha vida recomeçou.
ResponderExcluirbjo
Cada postagem sua que leio, me identifico mais com você!! Se eu escrevesse algo no meu blog sobre o assunto, as palavras seriam outras, mas o sentido exatamente o mesmo!! Até morar na Idade Média (que não é MESMO idade das trevas) eu gostaria!! heheheeh Beijos
ResponderExcluirOlá
ResponderExcluirvc tem td razão...
Parabéns, vc escreve muito bem? Já pensou em escrever um livro?
bjos,
Carol Novaes
http://coisinhasdafamilia.blogspot.com/
Sabe, ando pensando muito ultimamente nisso, no que aconteceu com as pessoas, ninguém mais é educado, ninguém dá licença, ninguém faz mais nada pra agradar ninguém! É impressionante! E o trânsito então, é onde eu fico mais boba de ver, desde os motoristas até os pedestres, niguém se respeita. A vida é tão boa, cheia de alegrias, mas é preciso viver isso, querer que isso faça parte da vida da gente e parece que as pessoas estão se esquecendo, estão sem tempo pra viver uma vida que realmente valha a pena. Eu me esforço pra minha vida ser diferente, pra eu fazer o que gosto e ter prazer em viver. Tento ser educada e respeitar as pessoas, ser agradável em qualquer lugar, na minha família, no meu trabalho, na rua, não sei se consigo, mas tento e sempre penso no que aconteceu com as pessoas?
ResponderExcluirBjos Tati
PS: sempre leio seu blog, mas é 1ª vez que comento, talves porque esteja pensando muito nesse assunto ultimamente
Oi Lu!! concordo plenamente com o que pensa e diz!! infelizmente as coisas não são como gostaríamos que fosse, e que deveriam ser!!
ResponderExcluirOlha, ja tem um tempinho que te falei do meu blog, me sinto timida diante do seu, mas dá uma olhadinha la ta? beijos
Conceição
http://conceicaovalle.blogspot.com
Oi Lú!!!!
ResponderExcluirConcordo plenamente com vc, porque corrermos tanto!!!!
Adorei seus post, amo bolsas!!
Bjus
Adooooooooooreeeeeeiiiiiiiii. E se parar para pensar é puramente o que escreveu no post de hoje. O que fazemos de nossas vidas... está passando. Bjss
ResponderExcluirConcordo em tudo!
ResponderExcluirSinto o mesmo... sinto-me a correr no meio de tudo... e chego ao fim do dia... e sinto falta do tempo para estar com quem é importante, fazer o que é importante... sorrir... mas o dia foi fatigante... já não há energia...
Estou a tentar arranjar uma "janela no tempo", ou para mudar, ou conseguir fazer tudo!
mas acho que a janela certa é a mudança!
Beijo