A minha tristeza pela morte de José Saramago é profunda. Eu sou uma pessoa que acredita que a literatura cura as dores da alma (com mais eficiência que a psicanálise) e Saramago era mestre em nos abrir os olhos para o que realmente importa na vida. Sua visão crítica do mundo em que vivemos, sua crença no poder da vontade, a manutenção de suas convicções, sua coragem em dizê-las ainda que não compreendidas, tudo somado ao seu infinito talento literário me ensinou muito na vida. Sua obra não é apenas bela (mesmo porque seus livros são muitas vezes de difícil leitura com seus longos parágrafos sem pontuação formal), mas antes uma janela crítica da humanidade. O homem, sua essência, sua fragilidade, sua vontade, sua esperança, esta é a matéria prima de seus escritos, como fica claro em seu Evangelho.
E não são apenas seus livros que nos ensinam, mais importante é sua vida.Neto de criadores de porcos analfabetos e filho de faxineira, tinha apenas o ensino fundamental e formou-se mecânico, profissão que exerceu no começo da vida. A receber o Nobel de Literatura em 1998 disse a frase que, para mim, sintetiza toda sua obra e sua vida: “O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever”, referindo-se ao seu avô Jerônimo.
Àqueles que o desdenham por seu ateísmo, é preciso revelar que ser ateu também é uma crença e merece respeito. Àqueles que o acusam pelo comunismo que professava, é preciso considerar a coragem de jamais abandonar suas convicções, sendo fiel apenas à sua consciência até a morte.
Além de tudo, era um blogueiro entusiasta.
Temos muito a aprender.
Palavras que levam luz a recantos sombrios, como as lanternas, são imortais, né, Lu? Saramago fica a nos guiar. Obrigada por nos lembrar da força da escrita, também nossa, simples mortais, e da beleza do exemplo de vida do mestre, inspiração perene. Grande beijo!
ResponderExcluirEu nunca li o Saramago, e devo fazer isso, mas sempre soube da pessoa que foi. E concordo contigo que a literatura alivia mais até do que a análise. Aliás, a arte sempre cura, de uma forma ou outra. E nissso eu acredito por toda a vida!
ResponderExcluirabraço
Olá amiga Luciane,
ResponderExcluirRealmente nessa arte de lanterna os japoneses nos surpreende, tenho paixas por aquelas circulares, seria muito dificil de fazer??
Essas estão um primor de requinte os tons e os designs são graciosos.
Adoro ver as novidades que nos tras e os assuntos que nos fazem refletir.
Abraços
Ramirez
.....
ResponderExcluirOlá ameei seu cantinho '
ResponderExcluirE ja estou seguindo'
Linda essas lanternas'
BjOo'
soasmulheres.blogspot.com
Olá, adorei a ideia das lanterninhas...ótimas para fazer uma festa junina bem charmosa! Bjs, Vitória.
ResponderExcluirEu ainda não li Saramago mas sempre fui fã de suas posições firmes e corajosas. Sem dúvida foi uma grande perda. bjs.
ResponderExcluirOi Lú,
ResponderExcluirFiquei chateada com a morte de Saramago, uma perda para a humanidade.
Bjos,
A morte do Saramago me deixou perplexa.
ResponderExcluirUm gênio a menos no mundo.
tem selinho pra vc no meu blog.
Bjks.
Saramago defendia os animais...
ResponderExcluirSusi
Por José Saramago
"Pudesse eu, e fecharia todos os zoológicos do mundo. Pudesse eu, e proibiria a utilização de animais nos espectáculos de circo. Não devo ser o único a pensar assim, mas arrisco o protesto, a indignação, a ira da maioria a quem encanta ver animais atrás de grades ou em espaços onde mal podem mover-se como lhes pede a sua natureza. Isto no que toca aos zoológicos. Mais deprimentes do que esses parques, só os espectáculos de circo que conseguem a proeza de tornar ridículos os patéticos cães vestidos de saias, as focas a bater palmas com as barbatanas, os cavalos empenachados, os macacos de bicicleta, os leões saltando arcos, as mulas treinadas para perseguir figurantes vestidos de preto, os elefantes mal equilibrados em esferas de metal móveis. Que é divertido, as crianças adoram, dizem os pais, os quais, para completa educação dos seus rebentos, deveriam levá-los também às sessões de treino (ou de tortura?) suportadas até à agonia pelos pobres animais, vítimas inermes da crueldade humana. Os pais também dizem que as visitas ao zoológico são altamente instrutivas. Talvez o tivessem sido no passado, e ainda assim duvido, mas hoje, graças aos inúmeros documentários sobre a vida animal que as televisões passam a toda a hora, se é educação que se pretende, ela aí está à espera."