Vou ali na Bolívia e Volto Já

Fui para SP resolver problemas burocráticos (até demais) para poder viajar... mas depois de uma verdadeira novela, amanhã é o grande dia, pegaremos a estrada logo depois do almoço, serão pouco mais de 600 km até Foz do Iguaçu, dormiremos lá e acordaremos cedo para uma passeada básica no Paraguai. Depois o destino  são as Missões paraguaias e daí não temos mais compromisso com horários ou paradas. Vamos conforme quisermos ir, dormindo quando der vontade, porque a estrada é a própria viagem, o destino não importa tanto assim. Se chegarmos na Bolívia ótimo, mas se no meio do caminho resolvermos  ficar pela Argentina e pelo Chile, também é ótimo. Em uma viagem destas, o legal é estar na estrada.
Lógico que existe um roteiro. Quais as estradas, quantos quilômetros iremos percorrer ao dia, onde tem combustível, onde faremos a aduana. Sabemos ainda tudo sobre as condições das estradas e as rotas onde elas não existem. Mas isso não significa que este roteiro será cumprido ou mesmo seguido. Se der vontade de mudar tudo, não há qualquer problema.
É esta sensação de liberdade que me apaixona.
Mas a preparação de uma viagem destas não é assim tão simples e demanda um certo tempo e experiência.
É preciso ter equipamento necessário (do carro às roupas), saber tudo sobre estradas, rotas, postos de combustível, documentação, vacinas. Quando vamos enfrentar o frio e a altitude, mais da metade do sucesso da viagem é estar preparado para ambos. Estar mal agasalhado quando faz 30 graus negativos lá fora não é nada, nada, nada recomendável. Aliás, pode resultar em tragédia, como podemos ver em tantos relatos por aí. Em 2005 passamos a noite no Estreito de Magalhães esperando a balsa para atravessá-lo, era verão e mesmo assim a temperatura era de menos 8 (o que nem é assim tãaao frio) e ao nosso lado um caminhoneiro brasileiro morreu com hipotermia enquanto esperava (soubemos da notícia apenas após atravessar o estreito).
Amanhã começaremos a percorrer aproximadamente 7.500km (talvez mais, talvez menos). Seremos 5 amigos e um carro, uma moto e uma carretinha. Nenhuma ansiedade, apenas a expectativa de começar.
Ah, é a primeira vez na vida que levo uma mala menor do que a do Leo... a glória para mim. Só espero não me arrepender no meio da viagem. Mas como já fiquei 40 dias fora com 7 kg de bagagem (era verão, óbvio), acho que vou conseguir sobreviver.
Espero que tudo saia bem e em 15 dias eu volte lépida e faceira, desestressada como um bebê.

Não preparei posts para este período, vou dar notícias da viagem aqui no blog, escrevendo sempre que possível, onde eu encontrar uma lan. Alguns dias será impossível, mas espero contar todas as nossas aventuras.
Beijos
Lu