Google+ minha casa, meu mundo: Ainda Joanna

27 de outubro de 2010

Ainda Joanna

Uma vez mais eu uso o blog para falar de violência infantil. Como eu gostaria que fosse diferente, como eu gostaria de nunca, jamais em hipótese alguma, tratar deste tema. Mas parece que a brutalidade só aumenta e quando eu acho que vi o pior aparece um caso ainda mais bárbaro.
Eu estou profundamente chocada com a morte desta menina Joanna. Ela teria feito 6 anos semana passada, idade da Beatriz. Penso no que ela passou, lembro da minha filha e passo mal. Não estou brincando, passo mal. Ontem sequer conseguia dormir. A Bea é tão pequena, como ela parecia ser, tão inocente, tão alegre...
eu sei que estou atrasada nas notícias, mas eu viajei por uma semana, voltei e viajei novamente (vocês nem pereceberam, hehehehe, mas isso é assunto para outro post) e apenas ontem fiquei a par dos últimos acontecimentos, li os laudos, vi as fotos e li os depoimentos.
Estou chocada.
Pelo amor de Deus, alguém pode me responder o que leva um PAI a brigar pela guarda da filha e ao consegui-la torturar esta filha até a morte? Alguém pode me responder? Porque conseguir a guarda da menina para agredi-la, queimá-la, mantê-la amarrada no chão de um closet, suja de fezes e urina, com os olhos tão inchados que não os podia abrir? Qual a razão de tamanha tortura física e moral que foi suficiente para baixar a imunidade da menina a tal ponto que abriu caminho para a herpes e a miningite? Por que não levou a menina ao médico? Por que a deixou tendo convulsões amarrada no chão? Coberta de fezes e urina? Gemendo de dor? Qual a razão? Qual a razão de tanta crueldade meu Deus? Eu não consigo entender. Eu não consigo entender o que leva uma pessoa a inflingir tanta dor a uma criança. Para mim, a ação deste pai e desta madastra são ainda piores do que aquela dos Nardoni. ao menos Isabella não sofreu agudamente por dois meses até sucumbir diante de tamanha violência.
Juro, eu escrevo isso e minhas mãos ficam bambas, minha vista fica turva, não de ódio, mas de desespero ao imaginar o que esta criança passou e o que esta mãe vai passar pelo resto da sua vida...
Este pai e esta madastra tinham outras duas filhas, uma pouco mais nova do que Joanna, será possível que não sentiam remorso ao olhar para sua própria filha???? Será que viam Joanna com tanto ódio que não lhes parecia ser uma criança? Uma criança que não conseguiu sobreviver a dois meses na casa de seu pai.
Eu imagino a dor emocional desta criança que apenas pedia colo para a psicóloga que lhe atendia, pedia colo e carinho, chorava de saudades.
Eu não consigo imaginar a dor desta mãe. Eu não consigo. Perder um filho jã é uma dor imensa e absurda. Saber que seu filho foi barbaramente torturado por dois meses antes de morrer deve ser uma dor impossível de carregar. Não sei se eu conseguiria continuar vivendo. Estou sendo sincera.
Não vou tecer nenhum comentário acerca da decisão que concedeu a guarda ao pai, como já disse outras vezes não posso fazer isso por lei. Mas ser juíz é carregar a responsabilidade de suas decisões.
Não consigo parar de pensar no sofrimento desta menina e desta mãe. Não consigo.
E mais uma vez temos a questão da omissão daqueles que poderiam ter denunciado toda esta barbárie e evitado a morte de Joanna, como a denúncia que salvou a pequena T. Por que a babá não denunciou o estado em que encontrou a menina? Sequer a limpou e desamarrou? Como alguém pode receber a ordem de deixar uma criança naquele estado e obedecer? Por que esta psicóloga, ciente da profunda dor emocional da criança, não fez uma denúncia? E tantas outras pessoas que agora são testemunhas, por que ficaram caladas assistindo estes atos de barbárie??????? TODAS foram coniventes com a morte de Joanna, todas são responsáveis e todas vão carregar esta culpa em sua consciência para o resto de suas vidas.
Por isso repito, é preciso denunciar a violência. é preciso denunciar ao Conselho Tutelar ou à Polícia. Existem delegacias especializadas em crimes contra as crianças.
Não posso admitir que alguém que veja tamanha violência fique calada.
Não posso admitir.
Não posso.
Existem milhares de crianças vítimas da violência, crianças que morrem aos milhares. É preciso denunciar. Somos todos responsáveis, pelo nosso silêncio, pela nossa omissão.
Se alguém tivesse feito uma denúncia anônima, bastava isso, telefonar sem se identificar, Joanna estaria viva, linda e feliz na casa de sua mãe, vestida de princesa como gostava. E não enterrada com o vestido de princesa, como foi.
A Bea ama fantasiar-se de princesa, eu olho seus vestidos e me dá ânsia imaginar uma criança enterrada com um deles, após ser brutalmente torturada por seu pai e sua madrasta.
Penso nisso e choro.
Vamos acompanhar o caso pelo blog caso joanna marcenal ajudando no que for preciso para que os responsáveis (TODOS nesta longa série de horrores) sejam condenados.

8 comentários:

  1. Este mundo Lu está cada vez pior!!
    Tenho uma filha de seis anos e tb não consgio acreditar!!!
    Sabe as vezes tenho medo... esse mundo dá medo!!!
    Bjos

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  2. É doloroso até a gente acreditar q existe alguém assim, um vagabundo...
    Queria mt q na prisão ele vivesse td isso.. e mt mais.. Esse bandido, ladrão de sonhos.. Um absurdo..

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  3. Essa denuncia bárbara é de deixar qualquer um de estômago revirado.

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  4. Entendo e compartilho de sua revolta! Para mim é inaceitável! Sou incapaz de entender algo assim! Sem palavras.....

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  5. Lú, choro lendo seu texto hj.
    Eu sempre fui muito sensível a qualquer violência contra crianças, mas depois que me tornei mãe é algo viceral.Nem filme eu consigo assistir que tenho dores estomacais, náusea.Mas pra que, né?Nossos noticiários estão repletos de horrores.Vc por lei não pode falar, mas eu posso, e digo que o existe muita incompetência neste caso.Os adultos responsáveis por zelar por essa criança simplesmente não se posicionaram,do juiz à babá.No entanto, cada um com suas responsabilidades e limitações.Do sistema judiciário eu não posso como pessoa admitir tamanha falha
    .Quanto ao pai esse psicopata, pq um
    ser q faz isso é um psicopata, pq não sente remorso algum, casado com outra psicopata, me fazem acreditar que deveria existir pena de morte no Brasil, já que psicopatia não tem cura.
    E as leis brasileiras possui muitas brechas que me deixam preocupada.

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  6. Oi Lu,sabe que tenho tomado algumas atitudes extremas que me pergunto se são certas, mas no momento são as únicas que tenho em mente, simplesmente não assisto aos jornais da TV, leio o básico das informações pela internet, pois a minha revolta com o ser humano é tamanha, que receio ficar amarga, desacreditada e incapaz de criar meus 2 lindos filhos neste mundo tão cruel. Doi demais saber que existe pessoas capazes de tamanha crueldade, mas vivendo na defesa do direito alheio, vejo maes e pais usando seus filhos como moedas de troca, tudo para suprir seus egos doentes, acobertados pela suposta maturidade ou razão. O bom senso se perdeu, o respeito se mede pelo poder, pelo bolso das pessoas. O que estão fazendo? A vontade é de largar tudo e se esconder com a família para um lugar seguro, mas onde?
    O jeito é continuar lutando no nosso dia-a-dia para resgatar o amor e respeito, aquele que aprendiamos com os nossos pais...

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  7. Nossa Lu, choro toda vez que ouço sobre esse caso, tenho uma filha de 6 anos e não consigo imaginar a tamanha dor dessa mãe. A minha revolta maior e o que torna essa caso pior até que os do Nardoni e de tantos outros, foi essa juiza que deu a guarda a esse pai sabendo dos antecedentes que ele tinha como os varios BO's. Será que foi porque trabalhavam no mesmo lugar?? Tenho medo de imaginar!!!!

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  8. Infelizmente isto tudo acontece porque aqui, neste país, a lei não existe, e eu te digo uma coisa, vai piorar e muito se não tomarmos as rédeas, sim, o povo, não o voto, o voto não avle nada, é um jogo de cartas marcads e de manipulação, a maioria não se preocupa com a dor dos outros, só se vai recber o bolsa esmola todo mês, também estou indignada não agora, mas há anos neste país. Abraços

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Obrigada pela visita!

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