Google+ minha casa, meu mundo: Como é Difícil ser Mãe

8 de fevereiro de 2011

Como é Difícil ser Mãe

Passei esta noite sem dormir, para não mentir, dormi apenas 3 horas... o motivo? pensando se escolhi a escola certa para a Bea...
Ontem foi o primeiro dia de aula, ela está super animada, fez amizades e voltou contando muitas coisas da escola nova. Está super empolgada e feliz. Uma das qualidades que mais admiro na escola em que ela está é a capacidade de fazer os alunos terem orgulho e amor pela escola, isso não é de hoje, sempre foi assim.
Então porque a ansiedade? Eu deveria estar lépida e faceira, afinal de contas ela esta em uma das melhores escolas da cidade, em um lugar maravilhoso, cercada de verde por todos os lados. 
Pois é, mas não estou tranquila. 
Chegou a agenda com os horários de aulas, e são tantas aulas! Tantas horas em sala de aula! Ela estuda em período semi-integral, ou seja, vai de manhã e à tarde nas 2as, 4as e 6as, terças e quintas vai apenas à tarde. 
E esta carga me deixou insegura acerca da minha escolha...
Daí penso no livro da chinesa Amy Chua que chocou o mundo ao relatar seu método oriental de educar as filhas. Para nós, ocidentais, seu relato pode parecer, em uma leitura apressada, pura tortura e violência. Mas é preciso parar para refletir um momento: será que nossa indulgência, para não dizer indiferença, ocidental não acarreta males ainda maiores aos filhos? 
O livro só será publicado por aqui no segundo semestre, mas li suas entrevistas e seus artigos, e acabei por entender que ao menos em um ponto ela tem razão: exigir a perfeição é acreditar na potencialidade dos filhos. Ela está corretíssima quando diz que o pior que podemos fazer é deixá-los desistir. Desistir de uma tarefa, porque não consegue fazê-la, é o mesmo que dizer: sim, eu concordo, você é incapaz!
Se estamos diante de uma criança com plena capacidade cognitiva por que não exigir dela o melhor? Por que não ensiná-la a superar suas limitações? Por que não educá-la para ser capaz de enfrentar com coragem os desafios da vida?
É a própria Amy que nos dá a resposta, pais orientais têm disposição para dedicar horas e horas de seu tempo aos estudos de seus filhos, ao passo que nós nos acomodamos e delegamos esta tarefa integralmente à escola. No máximo auxiliamos no dever de casa e mesmo assim, nos intervalos da novela. 
É muito simples ser indulgente, é fácil e cômodo. Não dá trabalho e não gera conflitos familiares. Muito mais simples contratar um professor particular  e não se preocupar com o assunto.
Bem educar dá muito trabalho, demais eu diria. Mas esta não é a obrigação primeira de quem tem filhos?
Tenho pensado muito a respeito. Aliás, nos últimos 6 meses é apenas isso que faço. Minhas aflições só pioraram com a reprovação da Tóia e as dificuldades de aprendizado da Bea. 
Sou uma mãe exigente, sempre fui. Mas acho que me dediquei menos do que deveria. Por vários motivos negligenciei a educação da Tóia, que não mora comigo todo o tempo.  E não quero repetir os mesmos erros com a Bea. Não quero delegar, não vou negligenciar, não vou permitir que ela desista.
O bom da reprovação da Tóia foi que ela percebeu que poderia ser diferente e está tendo uma chance de recomeçar, em outros termos, com outros objetivos. O grande sonho de sua vida é estudar nos EUA. Se ela tem plenas condições de realizar este sonho, porque desperdiçar seu tempo com o que não é importante? Porque não canalizar suas energias para atingir seu objetivo? A vida é boa, mas é muito melhor quando somos vitoriosos.  
Bem educar é cansativo, cansativo demais eu diria. Para nós e para as crianças. Mas é nosso dever.
Com isso não quero dizer que concordo 100% com Amy, mas ela tem razão em grande parte do que diz e deveríamos aprender com ela o valor da disciplina, da dedicação e da excelência.
Mas eu não tenho as certezas de uma mãe chinesa. Sou ocidental, fruto de nossa sociedade e sou insegura quanto às minhas escolhas... que muitas vezes parecem ser severas demais aos olhos dos outros.
Mas se a vida é difícil, porque não dar aos filhos os instrumentos para atingir o sucesso. Não estou falando apenas de sucesso financeiro, mas sim pessoal. Pouco importa sua profissão e seu salário, mas tenho certeza que ser um fracasso não traz felicidade para ninguém e o dinheiro não é a única medida do sucesso.
Ainda que as meninas escolham profissões que não tragam retorno financeiro (e existem várias) e espero que elas sejam bem sucedidas e tenham reconhecimento de suas capacidades, porque sem isso é impossível ser feliz na vida...
Estas linhas são apenas reflexões, sem qualquer tipo de conclusão...
e vocês, o que pensam a respeito?

15 comentários:

  1. Oi querida, adorei seu post, pois sou mãe, e vira e mexe estou me perguntando se estou mais acertando que errando...ainda bem que fazemos auto-criticas, so assim, essa profissão"MÃE" vai ter qualidade....ja ouviu dizer que eles nao vem com manual de instrução, e que apesar de nossos pais sempre darem dicas otimas de como foi com eles, cada epoca sempre tem um diferencial...enfim, ja passei pelo dilema de mudança de escola, e confesso, errei, na escolha, escola grande, achei que teria mais recursos, passou o ano, confirmou-se a negativa sobre a escola, então simplesmente mudei...facil?nao foi....mas logo esses pequenos se adaptam...a gente que sofre demais...somos seres humanos e na escola da vida, temos o direito de errar com eles tb....um beijo grande e aquiete seu coração, pois faz parte...

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  2. Eu acho que vc está se preocupando em demasia. Você já está fazendo a sua parte escolhendo a melhor escola que pôde(ortografia velha como eu). Não se martirize desse jeito. Você está dando a elas o melhor e cobrando empenho. Agora cabe a suas filhas corresponderem. Esse 'trabalho' é delas. E cada filho é de um jeito. E não é culpa sua. Relaxa.
    bjs
    Sônia

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  3. Como seria bom se os filhos viéssem com manual, não é?
    Sou mãe de pré adolescentes e conforme o tempo vai passando os medos da gente só mudam...mas permanecem! É se atirar no desconhecido, mas...acredito ainda que o instinto fala mais alto. Se por algum motivo ela não estiver bem na escola, vc vai sentir e tomar providencias. Fique tranquila!!!
    Semana passada fui a uma palestra na escola dos meninos com o Prof Pier! Estou elaborando um post sobre, pq ele reamente disse coisas relevantes para quem está educando crianças!!
    Acessa o site dele e dá uma olhada, tem algumas dicas de como ajudar as crianças com os estudos!
    beijos
    Bell
    www.tudodenostodos.blogspot.com

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  4. Oi Lu, como mãe sempre me pergunto essas coisas. E olha que o meu pequeno só tem 2 anos e 9 meses. Mas a gente se preocupa e fica pensando se está certo aqui ou ali. Quanto à educação então é pior, por que é óbvio que eu quero o melhor pra ele. Ele é muito pequeno ainda para que eu exija isso ou aquilo. Mas sei que vou cobrar dele quando chegar a hora. Talvez por que eu tenha sido boa aluna e me cobrasse muito. Acho importante você ter uma boa educação, pois ela será base para sua vida futura.
    Bons questionamentos e acho que você está super certa em tê-los!
    bjos

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  5. Oi! Assim como você passo o tempo todo por conflitos internos, tenho dois pequenos, uma princesa de 5 anos e um danadinho de quase 3... matriculei-os em uma escola bilingue pelo período das 7:30h às 15:30h, no ano passado e escutei muitas críticas... mas tenho certeza que estou fazendo o melhor que posso, como você mesma disse, estou apostando no potencial deles e dando as ferramentas necessárias... mas infelizmente tenho que trabalhar e não posso eu mesma cuidar de todos os detalhes... preço dos tempos modernos...
    Mas seja lá o caminho que escolhamos teremos dúvidas...
    Um beijo.

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  6. adorei ler o post de hoje...vejo q não estou só nas minhas dúvidas e ansiedades...bjos

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  7. Lu, cheguei hoje de Curitiba e dou de cara com este post,realmente, criar filhos é uma arte, a gente faz tudo para acertar mas nunca com segurança.Fui ate ai levar meu filho de 18 anos para estudar, ele vai fazer faculdade ai, muito longe de nos, mas é isto que ele quer, é corajoso, sabe o quer. Mas com tudo que ensinamos da aquele frio na barriga na hora da partida. Ai voce começa a questionar...porque dei corda no relogio, mande para o exterior, investi para valer no ingles, fiz tudo como ele queria, muito livro, muita tecnologia, ele intelectual, resultado...sufocou nesta cidade pequena, voltou de Oxford e só Curitiba estava bom,,,ai eu te pergunto,porque investi tanto no seu ingles, incentivei tanto....tomara que não seja em vão e nos possamos colher os frutos...É MUITO DIFICIL TER CERTEZA QUE ESTAMOS CERTOS, CONTE COM A AJUDA DE DEUS ele ameniza nossa ansia.,,,,abraço.

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  8. É verdade que somos responsáveis por nossas crianças. Acho que a presença resolve tudo. Tudo aquilo que está ao alcance de nós. Carinho, atenção, limite, exemplo é o que podemos compartilhar. Mas existe a parte das crianças, que trazem uma personalidade, vontades maiores e menores,que determinam o caminho que seguem - desde pequeninas. Confiar nelas e em nós mesmos combate o medo. Medo de frustração, medo do que ainda nem aconteceu.
    Direcionamos para o melhor caminho, sorrimos, damos bronca, refletimos...E daí, confiamos!
    Para não sentir, 24 horas por dia, que as crianças, ou nós, podemos falhar tanto, a ponto de sentirmos profunda infelicidade.
    Bom acreditar no melhor e impulsioná-las com alegria, não? A escola pode ser um ambiente maravilhoso para sua pequena Bea, de desenvolvimento nas relações, no despertar da curiosidade na aprendizagem. E você, mãe presente que é, terá a alegria de compartilhar o que ela está descobrindo fora do ambiente familiar, em seu pleno desenvolvimento!!
    um beijo enorme - Julia.

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  9. Ser mãe,eis a questão. Duvidas sempre teremos, cada filho é uma incognita, os tempos podem ser outros mas, as "ins", são as mesmas. "Inseguranças, incertesas, imaturidades, etc...". Tenho meus 03 rapazes criados, formados no superior, 02 casados e o caçula saiu recentemente para trabalhar em BH-MG. A verdade é que nunca saberemos se tomamos a decisão certa, pois mesmo com eles crescidos não saberemos se esta ou aquela escolha teria sido melhor, pois só temos conhecimento do agora, do resultado do que fizemos de concreto, dos fatos reais, do que somos e do que os filhos são. Podes a cada momento ir conferindo se estas com o "Trem na linha". Tens que prestar muita atenção, um vacilo e descarrilha. Tenha fé em Deus, busque sempre a orientação Dele, siga seu coração.E boa sorte. Deise

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  10. Simplesmente adorei ler seu texto, mas nós sempre vamos errar, acertar, pois somos humanas e nós só queremos o melhor para eles. Eu com meu 1.filho ele não deixava subir em escorregador por medo dele cair, estava sempre o protegendo, hoje ele(18 anos)tem medo de altura. Já com o 2. liberei, ele ja caiu quebrou braço 2 vezes e etc...Pois a gente super protege e acaba eles ficando dependentes e isso é ruimm, pois a vida é dura e para isso eles tem que desde pequenos sendo treinados para serem independentes e saberem resolver suas questões não que isso a gente vai abandona-los, estaremos sempre para segura-los quando precisaremm.. E fui atras de informações da Amy Chua e li sobre a mãe-tigre, bem interessante... Não se sinta culpada nunca, pois cada ocasião pede uma atitude, é nós não somos perfeitas e nunca saberemos se foi certo ou errado o certo é que vc tentou dar o seu melhor para o futuro deles... abraçosss

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  11. cada vez que tu escreve, me surpriendo! parece meus pensamentos, sendo colocados no papel.
    minha filha tem 11 anos e o guri 5, me sinto um pouco mãe tigre, sem saber que era!! Acho que se tivesse tido pais mais firmes e preocupados comigo eu poderia ter ido mais longe no trabalho, no estudo, mas assim eu sei que estou no caminho certo em relação a meus filhos, a vida é difícil como você mesma disse, e eu não quero que os leoes ai de fora engulan tão fácil meus filhos, espero dar a change de lutarem.
    Obrigado Lu

    fabiaKuss

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  12. MInha querida é muito difícil , cansativo e desgastante ser mãe e ter esta responsabilidade nos ombros-por aqui as coisas são diferentes a nivel de ensino-não existe muitas opções em aberto para escolher pelo menos na fase dos 5/6anos- mas é uma enorme responsabilidade termos de fazer escolhas que irão retratar-se no resto da vida deles.
    Boa sorte para todas nós que estamos nesta luta diária que os educar e tornar cidadãos conscientes e realizados.

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  13. Lu, acho que sou meio como a Amy Chua. Não a conheço, mas me identifiquei tanto que vou procurar mais sobre ela. É claro que culpa a gente sempre tem... Quando quer ir ao cinema, escolhe um dia de semana para não fazer tanta falta aos filhos e abre mão de mais um monte de coisas em prol deles. O fato é que eles crescem e passam a ter os próprios interesses e os próprios programas. E nós já não somos tão imprescindíveis assim. Nos resta a felicidade de ver que é a nós que recorrem quando a "coisa aperta"... E isso é suficiente, porque apesar da saudadezinha de quando nós éramos o centro do universo para eles, podemos dormir tranquilas, pois fizemos o nosso mais importante papel - torná-los independentes, autônomos, capazes de fazer escolhas e ser felizes. O que mais quer uma mãe?
    Fui muito exigente com o meu, pois o criei sem o pai e tinha medo de criar um moleirão. Devo ter exagerado algumas vezes, mas ele está com 13 anos e é fantástico(modéstia de mãe), é feliz e me diz que às vezes sou muito chata, mas que ele sabe que se eu não fosse assim, ele também não seria como é e me agradece por isso.
    Nunca deixei, por exemplo que começasse algo para desistir sem persistir.
    No mais, uma amiga me disse, certa feita, que não importa como façamos, sempre estaremos errando com os filhos. Beijos

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  14. Oi Lu,
    acho que vc está super normal nas suas preocupações e busca de soluções. E me arrisco opinar que está indo bem. Acho que o importante é estar atenta às dificuldades e às características pessoasis de cada um dos nossos filhos. Eu sou disciplinadora e cobro bastante das minhas meninas, e concordo que isso faz pessoas melhores, mais responsáveis e mais batalhadoras. O difícil às vezes é perceber o limite disso, quando estou querendo mais do que elas podem. Acho que o grande desafio da nossa geração é encontrar o equilíbrio entre a disciplina e o respeito pela individualidade de cada um. Sei que talvez erre muito, mas tb sei que busco acompanhá-las de perto, auxiliá-las nas dificuldades e me informar muito, então não sinto culpa quando não dá certo.
    Só sei que a única coisa certa é que ser mão exige muita dedicação, muito esforço e é a maior missão que podemos ter na vida!
    Boa sorte a todas nós!
    BEijos, Lu

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  15. Oi Lu!!
    Ando tão sem tempo que depois de um longo e tenebroso "verão" vim visitar teu blog. Daí me deparo com este post... Sem saber, estava há dias escrevendo um artigo tocando exatamente no ponto do artigo da Chua. Está no FB, coloquei o link na tua página lá.
    Acho que, se vc ler, vai encontrar minha opinião sobre o assunto. Como temos muito em comum, talvez valha a pena.
    Beijos, amiga.

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Obrigada pela visita!

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